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The Queen of Nothing - Epílogo

Minha coroação ocorre uma semana depois, e estou surpresa com o número de governantes das Cortes menores, juntamente com súditos dos reinos, que viajam para testemunhar. Curiosamente, muitos se esforçaram ao máximo para trazer mortais como convidados, crianças trocadas, artistas e amantes humanos. É totalmente surreal ver essa tentativa de agradar, e é gratificante da mesma forma.

Cardan escolheu três fabricantes das fadas para receber lugares na casa de Elfhame. Um é a Mãe Marrow. O segundo é um duende de aparência antiga que parece se esconder atrás de uma barba enorme e fortemente trançada. Fico surpresa ao descobrir que o terceiro, um ferreiro mortal, com meu pai humano. Quando o conheci, Robert de Jersey passou algum tempo admirando Cair da Noite e me contou uma história engraçada sobre uma conferência em que os dois assistiram uma década antes.

Desde que os fabricantes se instalaram, eles estão ocupados.

A cerimônia começa ao anoitecer, e nós a realizamos sob as estrelas da nova Ilha do Insear. Os braseiros ardem, e o céu está cheio de borrifos do mar e incenso. O chão abaixo de nós é de flox que floresce ao luar.

Estou em um vestido verde-escuro, com penas de corvo cobrindo os ombros e mangas, enquanto Cardan usa um gibão ornamentado com brilhantes asas de besouro. Baphen, em uma de suas longas vestes azuis – com muitos ornamentos celestiais na barba – conduzirá a cerimônia.

Oak está vestido de branco com botões dourados. Taryn o beija na testa, passado coragem, já que ele terá que colocar as coroas em nossas cabeças.

– Por muito tempo de tradição, a linhagem Greenbriar é mantida na Grande Corte – começa Baphen. – Pela coroa de sangue. E como a coroa se foi, levando os votos de obediência com ela, ainda assim seguiremos a tradição. E então, Grande Rei, aceite sua nova coroa de Oak, sangue de seu sangue e seu herdeiro.

Oak não parece feliz por ser chamado de herdeiro, mas pega a coroa da almofada, um elo de ouro rico com nove pontas em forma de folhas ao redor. Sendo o Grande Rei, Cardan não deveria se ajoelhar a ninguém, então Vivienne levanta Oak. Com uma risada, meu irmão coloca a nova coroa na cabeça de Cardan para o deleite da multidão.

[p]– Povo de Elfhame – diz Baphen, usando as palavras rituais que Cardan nunca recebeu antes, devido a cerimônia apressada que teve. – Aceitam Cardan, da linhagem Greenbriar, como seu Grande Rei?[/p][p]O coro sobe. – Nós aceitamos.[/p] [p]Então é a minha vez. – É incomum para qualquer Corte ter dois governantes. No entanto, você, Jude Duarte, Grande Rainha, nos mostrou porque pode ser uma força em vez de uma fraqueza. Quando a Grande Corte foi ameaçada, você se opôs aos nossos inimigos e quebrou o feitiço que poderia ter nos destruído. Aproxime-se e aceite sua coroa de Oak, seu irmão e seu herdeiro.[/p] [p]Caminho até a frente, de pé enquanto Vivienne coloca meu irmão de volta em seus braços. Ele coloca a coroa na minha cabeça. É uma gêmea da de Cardan, e estou surpresa com o peso.[/p][p]– Povo de Elfhame – diz ele. – Aceitam Jude Duarte como sua Grande Rainha?[/p] [p]Por um momento, no silêncio, acredito que eles vão me renunciar, mas as palavras rituais vêm de suas muitas bocas. – Nós aceitamos.[/p][p]Sorrio irrepreensivelmente para Cardan. Ele sorri de volta, com uma pequena surpresa. É possível que eu não sorria assim com muita frequência.[/p][p]Cardan se vira para a multidão diante de nós. – Agora temos honrarias para distribuir e traições para punir. Primeiro as honrarias.[/p][p]Ele sinaliza para um servo, que traz a espada de Madoc, a que dividiu o trono de Elfhame.[/p][p]– Para Grima Mog, nossa Grande General – diz ele. – Você deve possuir o ultimo trabalho de Grimsen e usá-lo enquanto permanecer em nosso serviço.[/p][p]Ela o recebe com uma reverencia e uma mão no coração.[/p][p]Ele continua. – Taryn Duarte, nosso inquérito nunca foi formalmente concluído. Mas considere concluído agora, a seu favor. A Corte de Elfhame não tem nenhuma disputa com você. Concedemos todas as propriedades e terras de Locke a você e a seu filho.[/p][p]Há murmúrios sobre isso. Taryn se aproxima para fazer uma reverência baixa.[/p] [p]– Por último – diz ele. – Gostaríamos que nossos três amigos da Corte das Sombras se aproximassem.[/p][p]Fantasma, Bomba e Barata andam sobre o tapete de flores brancas. Eles estão envoltos em mantos que os cobrem da cabeça aos pés, até cobrindo o rosto com uma fina tela preta.[/p][p]Cardan acena, e fadas aparecem, carregando almofadas. Em cada uma delas está uma máscara de prata, que não denota nada de gênero, apenas um rosto de metal suavemente vazio, com algo levemente travesso na curvatura da boca.[/p][p]– Vocês, que moram nas sombras, eu desejo que fiquem conosco às vezes na luz – diz Cardan. – Para cada um, dou uma máscara. Quando as usarem, ninguém será capaz de recordar suas alturas ou o timbre de voz. E com essa máscara, ninguém em Elfhame os dispensará. Toda lareira estará acesa para vocês, incluindo a minha.[/p][p]Eles se curvam e levam as máscaras aos rostos. Quando o fazem, há um tipo de distorção ao seu redor.[/p] [p]– Gentileza a sua, meu Rei – diz um, e até eu, que os conheço, não sei dizer quem está falando. Mas o que nenhuma máscara pode esconder é como, uma vez que eles se erguem e se afastam, uma figura mascarada pega a mão enluvada da outra.[/p] [p]Ou como o terceiro vira seu rosto de metal brilhante em direção a Taryn.[/p][p]Então é a minha vez de avançar. Meu estômago palpita com o nervosismo. Cardan insistiu que eu fosse a única a julgar os prisioneiros. Você salvou o dia, ele me disse, e a maior parte do trabalho duro junto com ele. Você escolhe o destino deles.[/p] [p]Qualquer punição que eu ache conveniente, execução, exílio ou uma maldição, será considerada justa – quanto mais for espirituosa.[/p] [p]– Vamos ver os peticionários agora – digo. Oak mudou-se para um lado, ficando entre Taryn e Oriana.[/p][p]Dois cavaleiros avançam e se ajoelham. Alguém fala primeiro. – Fui encarregado de implorar por todos aqueles cuja história é como a minha. Uma vez fazíamos parte do exército de Elfhame, mas fomos conscientemente com o general Madoc para o norte quando nossos votos foram cancelados. Traímos o Grande Rei e... – Aqui ele falha. – Procuramos terminar vosso reinado. Estávamos errados. Desejamos reparação e provar que podemos e seremos leais a partir de hoje.[/p][p]Então o segundo fala. – Fui encarregado de implorar por todos aqueles cuja história é como a minha. Uma vez fazíamos parte do exército de Elfhame e fomos conscientemente com o general Madoc para o norte quando nossos votos foram cancelados. Traímos o Grande Rei e procuramos terminar vosso reinado. Não temos nenhum desejo de reparação. Seguimos fielmente nosso comandante e, embora sejamos punidos, ainda assim não teríamos escolhido o contrário.[/p] [p]Olho novamente para a multidão, para os habitantes de Elfhame que lutaram e sangraram, para aqueles que sofreram por vidas perdidas – vidas que poderiam ter se prolongado por séculos se não tivessem sido ceifadas. Respiro.[/p] [p]– É da tradição da Grande Corte que os soldados sejam chamados de falcões – digo, e me surpreendo com a firmeza da minha voz. – Para aqueles que não desejam reparação, se tornarão falcões de verdade. Voarão pelos céus e caçarão para manter seu coração. Mas não voltarão a suas formas reais contanto que não machuquem nenhum ser vivo pelo período de um ano e um dia.[/p][p]– Mas como vamos comer se não podemos machucar nada? – pergunta o cavaleiro.[/p] [p]– A bondade dos outros terá que sustentá-lo – digo, minha voz o mais fria que consigo. – Para aqueles que buscam reparação, aceitaremos seu voto de lealdade e amor. Vocês farão novamente parte da Grande Corte. Mas serão marcados por sua traição. Suas mãos sempre estarão vermelhas, como se manchadas com o sangue que esperavam derramar.[/p][p]Cardan me dá um sorriso encorajador. Randalin parece irritado por apenas eu estar fazendo pronunciamentos. Ele limpa a garganta, mas não ousa realmente me interromper.[/p][p]A próxima peticionária é Lady Nore, da Corte dos Dentes. A rainha Suren segue atrás dela. A coroa de Suren ainda está costurada na cabeça e, embora nenhuma correia a prenda, o buraco no pulso ainda está lá, a pele ao redor ainda está em carne viva.[/p] [p]Peço que um servo avance com a rédea, ainda sem uso.[/p] [p]– Nós teríamos a seguido – diz Lady Nore, ajoelhando-se. – Fizemos uma oferta e foi você quem a rejeitou. Nos permita voltar ao norte. Já não fomos punidos o suficiente?[/p][p]– Lorde Jarel tentou me enganar e me escravizar. Sabia disso? – Pergunto, indicando o freio.[/p][p]Como não pode mentir, ela não fala.[/p][p]– E você? – Pergunto a Suren.[/p][p]A menina dá uma risadinha assustadora e selvagem. – Conheço todos os segredos que eles acham que escondem. – Sua voz é fina e áspera, como por desuso.[/p][p]Há um puxão na minha manga e fico surpresa ao encontrar Oak ao meu lado. Ele sinaliza para eu me abaixar e deixá-lo sussurrar no meu ouvido. O olhar severo de Randalin se acentua quando me abaixo.[/p][p]– Lembre de quando você disse que não tínhamos como ajudá-la – ele me lembra. – Podemos ajudar agora.[/p][p]Me afasto, para olhá-lo nos olhos. – Então, quer interceder pela rainha Suren?[/p][p]– Quero – diz ele.[/p] [p]O envio de volta para Oriana, um pouco mais otimista de que um dia ele queira se sentar no trono das Fadas. – Meu irmão pediu clemência. Rainha Suren, você jura sua lealdade à coroa?[/p] [p]Ela olha para Lady Nore como se estivesse procurando permissão. Lady Nore assente.[/p] [p]– Sou sua, Grande Rainha – diz a garota. O olhar dela muda. – E Grande Rei.[/p][p]Me volto para Lady Nore. – Eu gostaria de ouvir você fazer um voto de lealdade à vossa Rainha.[/p][p]Lady Nore parece assustada. – Claro que ofereço minha lealdade...[/p][p]Balanço a cabeça. – Não, quero que você dê a ela. Sua rainha. A rainha da Corte dos Dentes.[/p] [p]– Suren? – Os olhos dela correm como se estivessem procurando uma fuga. Pela primeira vez desde que se apresentou, Lady Nore parece ter medo.[/p] [p]– Sim – digo. – Jure a ela. Ela é sua rainha, não é? Você pode fazer seu voto ou usar a rédea dourada.[/p] [p]Lady Nore range os dentes e depois murmura as palavras. Ainda assim, ela as diz. A expressão da rainha Suren se torna estranha, remota.[/p][p]– Bom – digo. – A Grande Corte manterá a rédea e espera que nunca precise ser usada. Rainha Suren, como meu irmão intercedeu por você, lhe envio a seu caminho sem nenhuma punição, mas isso: a Corte dos Dentes não existirá mais.[/p] [p]Lady Nore engasga.[/p][p]Continuo. – Suas terras pertencem a Grande Corte, seus títulos serão abolidos e suas fortalezas serão tomadas. E se você, Nore, tentar desafiar esse comando, lembre-se de que foi Suren, a quem você jurou, que a castigará da maneira que achar melhor. Agora sigam em frente e seja grata pela intercessão de Oak.[/p][p]Suren, que não é mais uma rainha, sorri de uma maneira que não é nada amigável, e noto que seus dentes são afiados em pequenos pontos. As pontas estão manchadas de um vermelho perturbador. Considero pela primeira vez que talvez Suren estivesse sendo contida por medo do que ela poderia fazer se não fosse.[/p] [p]O último penitente trazido é Madoc. Seus pulsos e tornozelos estão presos em um metal pesado que, pela dor em seu rosto, eu me preocupo que seja ferro.[/p][p]Ele não se ajoelha. Ele também não implora. Ele apenas olha de um de nós para o outro, e então seu olhar se move para Oak e Oriana. Vejo um músculo em sua mandíbula se mover, mas não mais do que isso.[/p][p]Tento falar, mas sinto que minha garganta se fechou.[/p][p]– Não tem nada a dizer? – Cardan pergunta a ele. – Você tinha muito antes.[/p][p]Madoc inclina a cabeça em minha direção. – Eu me rendi no campo de batalha. O que tem mais? A guerra acabou e eu perdi.[/p][p]– Você iria para a sua execução tão estoicamente? – Pergunto. Nas proximidades, ouço o suspiro de Oriana.[/p][p]Mas Madoc permanece sombrio. Resignado. – Eu a criei para ser intransigente. Peço apenas uma boa morte. Rápido, pelo amor que tínhamos um pelo outro. E saiba que não lhe guardo rancor.[/p] [p]Desde que a batalha terminou, eu sabia que seria chamada para julgá-lo. Revirei a questão da punição em minha mente, pensando não apenas em seu exército e seu desafio, não apenas em nosso duelo na neve, mas no antigo crime, o que sempre esteve entre nós. Devo-lhe vingança pelo assassinato de meus pais? Isso é uma dívida que deve ser paga? Madoc entenderia, entenderia que o amor não pode estar à frente do dever.[/p][p]Mas me pergunto se o que devo aos meus pais é uma visão mais flexível do amor e do dever, que eles mesmos podiam ter adotado. – Eu lhe disse uma vez que sou o que você me tornou, mas não sou apenas isso. Você me criou com intransigência, mas eu aprendi misericórdia. E eu lhe darei algo parecido com piedade, se você puder me mostrar que merece.[/p][p]Seu olhar chega ao meu com surpresa e um pouco de cautela.[/p][p]– Majestade – coloca Randalin, claramente exasperado por não pesar a mão em minhas decisões finais. – Certamente você tem algo a dizer sobre tudo...[/p][p]– Silêncio – diz Cardan, sua postura completamente mudou, sua língua um chicote. Ele olha para Randalin como se a próxima frase pudesse ser passada ao Ministro das Chaves. Então ele acena para mim. – Jude estava apenas chegando à parte interessante.[/p][p]Não tiro o olhar de Madoc. – Primeiro, jurará esquecer o nome que conhece. Tirará isso da sua mente e este nunca mais cairá dos seus lábios ou dedos.[/p][p]– Mas gostaria de ouvir primeiro? – ele pergunta, o mais fraco sorriso nos cantos dos lábios.[/p] [p]– Gostaria. – Este não parece o lugar para dizer a ele que eu já sei. – Segundo, você deve nos dar seu voto de lealdade e obediência – digo. – E terceiro, você deve aceitar as duas coisas sem ouvir a sentença por seus crimes, que eu mesma lhe concederei.[/p][p]Posso vê-lo lutando com sua dignidade. Uma parte dele quer ser como os soldados que negaram o desejo de reparação. Uma parte dele gostaria de ir para o túmulo com as costas eretas e o queixo erguido. Depois, há uma parte dele que não quer ir para o túmulo.[/p][p]– Quero misericórdia – diz ele finalmente. – Ou, como você disse, algo parecido.[/p][p]Respiro fundo. – Eu o condeno a viver o resto de seus dias no mundo mortal e a nunca mais colocar a mão em uma arma.[/p][p]Ele pressiona o lábio em uma linha fina. Então curva a cabeça. – Sim, minha rainha.[/p][p]– Adeus, pai – sussurro enquanto ele é levado embora. Digo isso suavemente, e não acho que tenha me ouvido.[/p] [p] [/p][p]Após a coroação, Taryn e eu decidimos acompanhar Vivi e Oak, que estão voltando ao mundo mortal. Agora que a guerra acabou, Oak poderia voltar para o Reino das Fadas e ir para a escola do palácio, assim como Taryn e eu. Mas ele quer viver um pouco mais entre os humanos, não apenas porque esteve lá a maior parte do ano passado, mas porque Oriana decidiu se mudar com Madoc – e Oak sente falta de seus pais.[/p][p]Vivi andou de um lado para o outro na última semana, saindo com Heather, a quem ela apenas se apresentou novamente. Mas agora que está indo embora para sempre, reúne geleias de rowan, jaquetas de seda de aranha e outras coisas que deseja tomar de Faerie. Enquanto isso, ela especula sobre todos os aspectos do mundo mortal que terá que explicar ao pai. – Como telefones celulares – diz ela. – Ou passar compras sozinho no supermercado. Ah, isso vai ser incrível. Sério, o exílio dele vai ser o melhor presente que você já me deu.[/p] [p]– Você sabe que ele vai ficar tão entediado que vai tentar microgerenciar sua vida – diz Taryn. – Ou planejar invadir um prédio de apartamentos vizinho.[/p][p]Com isso, Vivi para de sorrir.[/p][p]Faz Oak rir, no entanto.[/p] [p]Taryn e eu ajudamos Vivi a empacotar quatro alforjes, apesar de Vivi ter plantado bastante ervas-de-santiago na floresta perto de seu prédio e poder voltar para obter mais suprimentos a qualquer momento. Grima Mog dá a Vivi uma lista de coisas que ela gostaria que enviasse de volta a Elfhame, que parece ser principalmente café instantâneo e molho picante.[/p][p]O que não espero é que o Cardan se ofereça para viajar conosco.[/p][p]– Você com certeza deveria vir – diz Taryn. – A gente pode dar uma festa. Vocês dois se casaram e ninguém fez nada para comemorar.[/p] [p]Estou incrédula. – Ah, nós estamos bem. Nós não precisamos de nenhum...[/p][p]– Está resolvido, então – diz Vivi, sempre minha irmã mais velha. – Aposto que Cardan nunca experimentou pizza.[/p] [p]Oak parece escandalizado com esse pronunciamento e começa a explicar sobre diferentes coberturas, de abacaxi a linguiça e anchovas. Nós nem estamos no mundo mortal e já estou cheia de pavor. Provavelmente, Cardan vai odiar, e a única pergunta é se ele vai ser horrível estando lá.[/p][p]Antes que eu possa pensar em uma maneira de dissuadi-lo, estamos carregando os alforjes nos corcéis. Então estamos voando sobre a água. Em pouco tempo, tocamos um pedaço de grama perto do complexo, mas não tão perto do apartamento, onde os vizinhos de Vivi podem a reconhecer.[/p][p]Saio e tomo nota da aridez da grama e do cheiro do escapamento de carro no ar. Olho para Cardan cautelosamente, preocupada que ele esteja franzindo o nariz, mas ele parece apenas curioso, seu olhar indo para as janelas iluminadas e depois para o rugido da estrada próxima.[/p][p]– É cedo – diz Vivi. – E a pizzaria fica perto o suficiente para ir andando. – Ela nos olha. – Devemos ir para o apartamento e trocar de roupa primeiro.[/p] [p]Acho que posso ver o que ela quer dizer. Cardan parece que acabou de sair do palco em um teatro e, embora possa usar feitiço, não tenho certeza de que ele saiba o que deveria usar na ilusão.[/p] [p]Vivi nos deixa entrar no apartamento e coloca uma bule de café, adicionando canela. Oak vai até um quarto e pega algum tipo de jogo eletrônico, mergulhando imediatamente no sofá enquanto separamos as roupas.[/p][p]As calças e as botas apertadas de Cardan são passáveis, e ele encontra uma camiseta que um amigo humano deixou lá que lhe serve o suficiente para vestir, em vez de seu gibão sofisticado. Pego emprestado um vestido da Vivi que está folgado nela. É muito menos folgado para mim.[/p][p]– Eu contei a Heather sobre vocês – diz Vivi. – Vou ligar para ela e ver se ela pode vir e trazer alguns suprimentos. Você pode conhecê-la novamente. E Oak vai mostrar o caminho para a pizzaria.[/p][p]Segurando minha mão com uma risada, meu irmão mais novo começa a puxar Cardan e eu escada abaixo. Vivi vem até nós para me dar algum dinheiro. – Esse dinheiro é seu. Do Bryern.[/p] [p]– O que você fez? – Cardan pergunta.[/p] [p]– Venci Grima Mog em um duelo – eu digo.[/p] [p]Ele me olha incrédulo. – Ele deveria ter pago você em ouro.[/p] [p]Isso me faz sorrir enquanto caminhamos pela calçada. Cardan não parece nem um pouco desconcertado, assobiando uma música e olhando um pouco para os humanos passam. Prendo o fôlego, mas ele não os amaldiçoa com um rabo para combinar com o seu, nem os tenta com maçã envenenada, nem faz qualquer outra coisa que um rei malvado das fadas possa fazer.[/p][p]Entramos na pizzaria, onde Oak pede três extremamente grandes, cobertas com uma variedade bizarra de coberturas que tenho quase certeza de que ninguém nunca deixou que ele pedisse antes: meia almôndega e meia camarão, alho e tomate, queijo de cabra e azeitonas pretas, cogumelos e bacon.[/p] [p]Quando voltamos ao apartamento com nossa pilha de caixas de papelão fumegantes, Heather e Vivi amarraram um banner prateado que dizia PARABÉNS, RECÉM CASADOS! em cores brilhantes. Em baixo, na mesa da cozinha, há um bolo de sorvete com minhocas de jujuba espalhadas e várias garrafas de vinho.[/p] [p]– É tão bom conhecer você – digo, indo até Heather e dando-lhe um abraço. – Eu já sei que vou adorar você.[/p] [p]– Ela me contou algumas coisas loucas sobre todos vocês – diz Heather.[/p] [p]Vivi sopra um barulho. – Aqui – diz ela, distribuindo coroas de papel para usarmos.[/p][p]– Isso é ridículo – reclamo, mas coloco o meu.[/p][p]Cardan olha para seu reflexo na porta do micro-ondas e ajusta sua coroa para que fique no ângulo certo.[/p][p]Reviro os olhos e ele me dá um rápido sorriso. E meu coração dói um pouco porque estamos todos juntos e seguros, e não era algo que eu soubesse como querer. E Cardan parece um pouco tímido diante de toda essa felicidade, tão inutilizada a ela quanto eu. Teremos obstáculos por vir, tenho certeza, mas agora estou igualmente certa de que encontraremos nosso caminho através deles.[/p][p]Vivi abre as caixas de pizza e abre uma garrafa de vinho. Oak pega uma fatia da pizza de camarão e a devora.[/p][p]Levanto um copo de plástico. – Pela família.[/p] [p]– E o Reino das Fadas – diz Taryn, erguendo a dela.[/p] [p]– E pizza – diz Oak.[/p][p]– E histórias – diz Heather.[/p] [p]– E novos começos – diz Vivi.[/p][p]Cardan sorri, seu olhar em mim. – E planejamentos de grandes esquemas.[/p][p]À família, ao Reino das Fadas, a pizza, a histórias, a novos começos e a grandes esquemas. Eu posso brindar a isso.[/p]
Gente, muito obrigado a todos que acompanharam mais uma tradução para esse humilde blog, obrigado pelos comentários de carinhos. ❤️❤️
Espero que tenham gostado e voltem sempre, o blog vai continuar com a programação regular: fazendo resenha e falando sobre livros. Em breve teremos uma nova tradução, agora uma HQ, Fence da autora C.S Pacat (Príncipe Cativo).
Também vou disponibilizar uma versão em epub e pdf para quem quiser ler com mais comodidade, ok. Até mais.

16 Comentários

  1. Rafaella10 agosto

    Muito obrigada Thiago pela excelente tradução e por não nos ter feito esperar até novembro!!!!

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  2. Graziele10 agosto

    muito obrigada mesmo, me diverti com a história e com todos os comentários, old que tu eh incrível!!

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  3. Anônimo10 agosto

    Thiago, você é incrível! Todo lugar que eu achava estava péssimo pra ler e você arrasou fazendo todo esse trabalho maravilhoso! Muito muito obrigada <3

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  4. Eu tô muito emocionada com o fim da história, foi muito legal acompanhar aqui.
    Obrigada pela excelente tradução e por fim queria dizer que Oak me representa no brinde kkkkkkkkkkkkk

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  5. Anônimo13 agosto

    Obrigada pela tradução e parabéns pelo excelente trabalho!!!

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  6. Muito obrigada pelo trabalho em traduzir, eu não aguentaria até novembro!
    😘

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  7. Anônimo15 agosto

    Obrigada pela tradução, e parabéns pelo blog.

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  8. Anônimo05 setembro

    Nossa sério. Muito obrigada mesmo por traduzir!!! Ficou tudo perfeitoooo

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  9. Aí que final fofo pra um livro cheio de luta AMEI
    obrigada Thiago por traduzir, não vou dizer que você é uma fada porque aprendi que fadas são ruim

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  10. meu deus que livro incrível muito obrigada mesmo 💗💗💗

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  11. Obrigada pela tradução, ficou perfeita.

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