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The Queen of Nothing - Capítulo Vinte e Três

No corredor fora do grande salão, todos gritam ao mesmo tempo. Os conselheiros estão gritando uns com os outros. Generais e cavaleiros tentam guia quem deve ir para onde. Alguém está chorando. Cortesãos seguram as mãos uns dos outros, tentando entender o que viram. Mesmo em uma terra de enigmas e maldições, onde uma pequena ilha pode ser invocada do mar, magia dessa magnitude é rara.

Meu coração bate rápido e forte, abafando todo o resto. Feéricos me fazem perguntas, mas parecem muito distante. Meus pensamentos estão cheios da imagem dos olhos de Cardan escurecendo, com o som de sua voz.

Passei boa parte da minha vida guardando meu coração. O guardei tão bem que me comportei como se não tivesse um. Mesmo agora, é uma coisa surrada, devorada por vermes e áspero. Mas é seu.

– Minha senhora – diz Grima Mog, pressionando uma mão nas minhas costas. – Minha senhora, venha comigo.

Ao toque dela, o presente me inunda de volta, alto e horrível. Fico surpresa ao ver a robusta barrete vermelho canibal na minha frente. Ela agarra meu braço e me leva para uma cabine.

– Controle-se – ela rosna.

De joelhos fracos, deslizo para o chão, uma mão pressionando contra o peito, como se estivesse tentando impedir meu coração de bater na gaiola das costelas.

Meu vestido é muito pesado. Eu não consigo respirar.

Não sei o que fazer.

[p]Alguém está batendo na porta e sei que preciso me levantar. Preciso criar um plano. Preciso responder suas perguntas. Preciso consertar isso, mas não posso.[/p] [p]Não posso.[/p] [p]Nem consigo pensar.[/p] [p]– vou ficar de pé – prometo a Grima Mog, que provavelmente está um pouco alarmada. Se eu fosse ela, olhando para mim e percebendo que eu estava no comando, também ficaria alarmada. – Vou ficar bem em um minuto.[/p] [p]– Eu sei que vai – diz ela.[/p] [p]Mas como poderia, quando continuo vendo a forma negra da serpente se movendo pelo grande salão, continuo vendo seus olhos mortos e presas curvadas?[/p][p]Seguro a mesa e a uso para me levantar. – Preciso encontrar o astrólogo real.[/p] [p]– Não seja ridícula – diz Grima Mog. – Você é a rainha. Se precisa de Lord Baphen, ele pode vir até você. No momento, você está em meio a esses cidadãos das Corte menores e é a governante de Elfhame. Não será apenas Madoc querendo assumir o controle agora. Qualquer um pode decidir que matá-la seria uma boa maneira de conseguir o comando. Você precisa manter sua bota na garganta deles.[/p] [p]Minha cabeça está girando. Preciso me recompor. – Você está certa – digo. – Eu preciso de um novo Grande general. Você aceita a posição?[/p] [p]A surpresa de Grima Mog é óbvia. – Eu? Mas e Yorn?[/p][p]– Ele não tem a experiência – digo. – E eu não gosto dele.[/p] [p]– Eu tentei matá-la – ela me lembra.[/p] [p]– Você praticamente descreveu todos os relacionamentos importantes da minha vida – retruco, respirando devagar e superficialmente. – Gosto de você.[/p] [p]Isso a faz sorrir com dentes. – Então devo começar a trabalhar.[/p] [p]– Verifique onde a serpente está todo tempo – digo. – Quero alguém de olho nela, e quero saber imediatamente se ela se mover. Talvez possamos mantê-la presa no salão. As paredes são grossas, as portas são pesadas e o chão é de terra. E eu quero que você me envie Bomba. Fand. Minha irmã Taryn. E um mensageiro que possa se reportar diretamente a você.[/p] [p]Fand acaba por estar do lado de fora da porta. Dou a ela uma lista muito curta de pessoas para deixar entrar.[/p][p]Depois que Grima Mog se vai, me permito outro momento de angustia e desamparo. Então me forço a andar e pensar no que está à minha frente. O exército de Madoc ainda está ancorado nas ilhas. Preciso descobrir quais tropas me restam e se é suficiente para fazê-lo considerar uma invasão direta.[/p][p]Cardan se foi. Minha mente para depois disso, e tenho que me forçar a pensar novamente. Até falar com Baphen, me recuso a aceitar que as palavras de Grimsen não tenham resposta. Tem que haver uma brecha. Tem que haver um truque. Tem que haver uma maneira de quebrar a maldição – uma maneira de Cardan sobreviver.[/p][p]E depois há os feéricos que devem ser convencidos de que eu sou a legítima Rainha das Fadas.[/p][p]Quando Bomba entra na sala, com o rosto coberto e em sua capa longa e encapuzada, eu já estou recomposta.[/p][p]No entanto, quando olhamos um para a outra, ela vem imediatamente e me abraça. Penso em Barata e em todas as maldições que não podem ser quebradas, e por um momento, a abraço forte.[/p][p]– Eu preciso saber quem ainda é leal a mim – digo a ela, largando-a e voltando ao meu estado. – Quem está jogando com Madoc e quem decidiu jogar por si próprio.[/p][p]Ela assente. – Descobrirei.[/p] [p]– E se um de seus espiões ouvirem planos para me assassinarem, eles não precisam me dar notícias. Também não me importo com o vago enredo ou com descomprometimento de estrategistas. Só quero todos eles mortos. Talvez não seja assim que eu deveria lidar com as coisas, mas Cardan não está aqui para parar a minha mão. Não tenho o luxo do tempo nem de misericórdia.[/p][p]– Assim será feito – diz ela. – Me espere com notícias hoje à noite.[/p] [p]Quando ela sai, Taryn entra. Ela olha para mim como se estivesse esperando uma serpente enorme aqui também.[/p] [p]– Como está Oak? – Pergunto.[/p] [p]– Com Oriana – diz ela. – Que não tem certeza se é prisioneira ou não.[/p][p]– Ela me mostrou hospitalidade no norte e pretendo retribuir o favor. – Agora que o choque está diminuindo, percebo que estou com raiva – de Madoc, de Oriana, de Elfhame inteiro. Mas isso também é uma distração. – Preciso da sua ajuda.[/p][p]– Minha? – Taryn pergunta, surpresa.[/p][p]– Você escolheu um guarda-roupa para mim quando eu era senescal, para me fazer parecer a parte. Vi a propriedade de Locke e como mudou. Você pode montar uma sala do trono para mim? E talvez encontre roupas de algum lugar pelos próximos dias. Não me importa de onde venham, desde que me faça parecer a Rainha das Fadas.[/p][p]Taryn respira fundo. – OK. Posso cuidar disso. Vou fazer você parecer ótima.[/p][p]– Vou ter que parecer muito ótima – digo.[/p][p]Com isso, ela me dá um sorriso de verdade. – Eu não entendo como você faz isso – diz ela. – Não entendo como pode ficar tão calma.[/p][p]Não sei o que dizer. Eu não me sinto calma. Eu sou um turbilhão de emoções. Tudo o que eu quero fazer é gritar.[/p] [p]Há outra batida. Fand abre a porta. – Vosso perdão – diz ela. – Mas lorde Baphen está aqui e você disse que queria vê-lo imediatamente.[/p] [p]– Vou encontrar um lugar melhor para você receber pessoas – Taryn me assegura, passando despercebida.[/p][p]– O Conselho também quer uma audiência – diz Fand. – Eles gostariam de acompanhar lorde Baphen. Eles alegam que não há nada que ele saiba que não devam ouvir.[/p][p]– Não – digo. – Só ele.[/p] [p]Alguns momentos depois, Baphen entra. Ele está vestindo uma túnica azul comprida, um tom mais claro que o cabelo azul-marinho. Um capuz de bronze sobre sua cabeça. O Astrólogo Real era um dos poucos membros do Conselho que eu gostava e que achava que poderia gostar de mim, mas agora, eu o olho com pavor.[/p] [p]– Realmente não há nada que... – ele começa.[/p][p]Eu o interrompo. – Quero saber tudo sobre a profecia que você fez quando Cardan nasceu. Quero que você me diga exatamente tudo.[/p][p]Ele me lança um olhar de surpresa. No Conselho, como senescal do Grande Rei, eu era passiva. E como Grande Rainha, fiquei chocada demais para fazer qualquer demonstração de autoridade.[/p][p]Lorde Baphen faz uma careta. – Dar notícias infelizes ao Grande Rei nunca foi um prazer. Mas foi Lady Asha quem me assustou. Ela me deu um olhar de ódio que eu senti nas pontas dos meus ouvidos. Acho que ela acreditava que eu exagerava de alguma forma, para promover meus próprios planos.[/p][p]– Parece claro agora que você não fez – digo, a voz seca. – Diga a profecia.[/p][p]Ele limpa a garganta. – Existem duas partes. Ele será a destruição da coroa e a ruína do trono. Somente do sangue derramado dele um grande soberano reinará.[/p][p]A segunda parte é pior que a primeira. Por um momento, as palavras soam na minha cabeça.[/p][p]– Você contou a profecia ao príncipe Cardan? – Pergunto. – Madoc sabe disso?[/p][p]– O Grande Rei pode ter sido informado por sua mãe – diz Lord Baphen. – Eu presumi... pensei que o príncipe Cardan nunca chegaria ao poder. E então, quando conseguiu, bem, eu supus que ele se tornaria um péssimo Grande Rei e seria morto. Pensei que era um destino inequívoco. Quanto a Madoc, não sei se ele ouviu alguma parte disso.[/p][p]– Existe uma maneira de quebrar a maldição? – Pergunto em tom instável. – Antes de morrer, Grimsen disse: O beijo de nenhum amor verdadeiro vai impedi-lo. Nenhum enigma irá consertar isso. Apenas a morte. Mas isso não pode ser verdade. Eu pensei que a profecia em torno de seu nascimento daria uma resposta, mas… – Não consigo terminar a frase. Há uma resposta, mas é uma que eu não quero ouvir.[/p][p]– Se existe uma maneira de reverter a... hum... transformação – Baphen começa – eu não sei.[/p] [p]Eu aperto minhas mãos unidas, afundando minhas unhas na pele, o pânico me inundando em uma rápida tontura. – E não há mais nada que as estrelas predisseram? Nenhum outro detalhe que você está deixando de fora?[/p] [p]– Receio que não – responde.[/p] [p]– Você pode olhar seus mapas estelares novamente? – Pergunto. – Volte neles e veja se há algo que você deixou passar da primeira vez. Olhe para o céu e veja se há alguma nova resposta.[/p] [p]Ele concorda. – Se é isso que você deseja, Majestade. – Seu tom sugere que ele concordou com muitos comandos igualmente inúteis em nome de governantes anteriores.[/p][p]Não ligo se sou irracional. – Sim. Faça.[/p] [p]– Vai falar com o Conselho primeiro? – ele pergunta.[/p][p]Mesmo um pequeno atraso na tentativa de Baphen de encontrar uma solução me afasta os dentes, mas se desejo ser aceita como a rainha por direito, preciso do apoio do Conselho. Não posso atrasá-los para sempre.[/p][p]É isso que é governar? Estar longe da ação, preso em um trono ou em uma série de salas bem equipadas, com base em informações trazidas a você por outras pessoas? Madoc odiaria isso.[/p] [p]– Eu vou – respondo.[/p] [p]Na porta, Fand me diz que uma sala está pronta para a minha mudança. Estou impressionada com a rapidez com que Taryn organizou as coisas.[/p] [p]– Mais alguma coisa? – Pergunto.[/p][p]– Um mensageiro enviado de Grima Mog – diz ela. – O rei, quero dizer, a serpente, não está mais na sala do trono. Parece ter escapado pela fenda na terra feita pela lâmina de Madoc. E... e não tenho certeza do que fazer com isso, mas está nevando. Dentro do grande salão.[/p] [p]Medo frigido corre através de mim. Minha mão vai para o punho de Cair da Noite. Quero sair. Quero encontrá-lo, mas se o fizer, e então? A resposta é mais do que posso suportar. Fecho meus olhos contra isso. Quando os abro, sinto como se estivesse girando. Então peço para ser conduzida à minha nova sala do trono.[/p] [p]Taryn está na entrada, esperando para me escoltar para dentro. Ela escolheu um salão enorme e retirou os móveis. Uma grande cadeira de madeira esculpida fica em uma plataforma coberta de tapete no espaço ecoando. Velas brilham no chão e posso ver como as sombras tremeluzentes me ajudarão a parecer intimidadora – talvez até diminua minha mortalidade.[/p][p]Dois membros da velha guarda de Cardan estão do outro lado da cadeira de madeira e uma pequena fada com asas de mariposa se ajoelha em um dos tapetes.[/p][p]– Nada mal – digo à minha irmã.[/p][p]Taryn sorri.  – Suba lá. Quero ver a imagem num todo.[/p] [p]Me sento na cadeira, minhas costas retas, e olho para as chamas dançantes. Taryn me dá um sinal de positivo muito mortal.[/p] [p]– Ok – digo. – Então eu estou pronta para o Conselho.[/p][p]Fand assente e sai para buscá-los. Quando a porta se fecha, vejo ela e Taryn discutindo algo. Mas então tenho que voltar minha atenção para Randalin e o resto dos conselheiros, que estão com uma expressão sombria quando entram na sala.[/p] [p]Vocês só viram o mínimo do que posso fazer, penso neles, tentando acreditar em mim mesma.[/p][p]– Vossa Majestade – diz Randalin, mas de tal maneira que soa um pouco como uma pergunta. Ele me apoiou no salão do trono, mas não sei quanto tempo isso vai durar.[/p][p]– Eu nomeei Grima Mog para ser a Grande General – digo a eles. – Ela não pode se apresentar no momento, mas devemos receber um relatório dela em breve.[/p] [p]– Você tem certeza que isso é sensato? – diz Nihuar, apertando seus finos lábios verdes, seu corpo semelhante a um louva-a-deus se move com evidente aflição. – Talvez devêssemos esperar que o Grande Rei seja restaurado antes de tomar qualquer decisão sobre assuntos tão importantes.[/p][p]– Sim – diz Randalin, ansioso, olhando para mim como se esperasse alguma resposta sobre como faremos isso.[/p] [p]– O peçonhento Rei Cobra – diz Fala, vestido de roupas cor lavanda. – Governa uma corte de ratos.[/p][p]Me lembro das palavras de bomba e não recuo, nem tento argumentar. Espero, e meu silêncio os enerva a ficarem em silencio. Até Fala fica quieto.[/p][p]– Lorde Baphen – digo severamente, – ainda não tem uma resposta sobre como o Grande Rei pode ser restaurado.[/p][p]Os outros se voltam para ele.[/p][p]Somente do sangue derramado dele um grande soberano reinará.[/p][p]Baphen concorda com a cabeça brevemente. – Eu não, nem tenho certeza de que isso é possível.[/p] [p]Nihuar parece surpresa. Até Mikkel parece surpreso com essa notícia.[/p][p]Randalin olha para mim com acusação. Como se tudo tivesse acabado e nós tivéssemos perdido.[/p][p]Existe uma maneira, eu quero insistir. Tem uma maneira; Eu apenas não sei ainda.[/p] [p]– Vim para trazer meu relatório para a rainha – vem uma voz da porta. Grima Mog está lá.[/p][p]Ela passa pelos membros do Conselho com um breve aceno de cabeça. Eles a olham especulativamente.[/p][p]– Todos nós ouviremos o que você sabe – digo para murmúrios de aprovação relutante.[/p] [p]– Muito bem. Recebemos informações que Madoc pretende atacar ao amanhecer no dia seguinte. Ele espera nos pegar despreparados, especialmente porque mais algumas cortes voaram para sua bandeira. Mas o nosso verdadeiro problema é quantas pessoas planejam ficar de fora da batalha e ver para que lado o vento sopra.[/p][p]– Você tem certeza de que esta informação é precisa? – Randalin pergunta desconfiado. – Como você conseguiu isso?[/p] [p]Grima Mog assente em minha direção. – Com a ajuda dos espiões dela.[/p][p]– Espiões da dela? – Baphen repete. Posso vê-lo reunindo algumas das informações que eu tinha no passado e chegando a novas conclusões sobre como as obtive. Sinto uma súbita satisfação ao pensar que não preciso mais fingir que estou completamente sem meus próprios recursos.[/p][p]– Temos exército suficiente para recuá-los de volta? – Pergunto a Grima Mog.[/p][p]– Não temos a certeza da vitória – diz ela diplomaticamente. – Mas ele ainda não pode nos oprimir.[/p][p]É bem diferente de onde estávamos há um dia. Mas é melhor que nada.[/p] [p]– E há uma crença – diz Grima Mog. – Uma crença que cresceu rapidamente... que quem governará Elfhame é quem matar a serpente. Que derramar sangue Greenbriar é tão bom quanto tê-lo em suas veias.[/p] [p]– Uma crença muito Unseelie – diz Mikkel. Eu me pergunto se ele concorda com isso. Me pergunto se é isso que ele espera de mim.[/p][p]– O rei tinha uma cabeça bonita – diz Fala. – Mas pode ficar sem ela?[/p][p]– Onde ele está? – Pergunto. – Onde está o Grande Rei?[/p] [p]– A serpente foi vista nas margens da ilha de Insear. Um cavaleiro da Corte de Agulhas tentou a sorte contra a criatura. Encontramos o que restava do corpo do cavaleiro há uma hora e rastreamos os movimentos da criatura a partir daí. Deixa marcas para onde vai, rastros negros chamuscando a terra. O medo é que esses rastros se espalhem, se diluindo e envenenando a terra. Ainda assim, seguimos a serpente de volta ao palácio. Parece ter tomado o salão como toca.[/p][p]– O rei está amarrado à terra – diz Baphen. – Amaldiçoar o rei significa amaldiçoar a própria terra. Minha rainha, pode haver apenas uma maneira de curar…[/p][p]– Basta – digo a Baphen, Randalin e o resto do Conselho, assustando os guardas. Levanto. – Terminamos essa discussão.[/p][p]– Mas você deve... – começa Randalin, então parece ver algo no meu rosto e fica quieto.[/p] [p]– Nosso objetivo é aconselhá-la – diz Nihuar em sua voz melosa. – Pensa-se que somos muito sábios.[/p] [p]– Vocês são? – Pergunto, e a voz que sai é maliciosa, o tom exato que Cardan teria usado. Isso sai de mim como se eu não estivesse mais no controle da minha boca. – Porque a sabedoria deveria alarmá-los a não contrariar meu descontentamento. Talvez uma estadia na Torre do Esquecimento os coloque em seus lugares.[/p] [p]Todos ficam muito quietos.[/p] [p]Eu me imaginava diferente de Madoc, mas já, dada a chance, estou me tornando uma tirana, ameaçando em lugar de convencer. Instável em vez de estabilizada.[/p] [p]Sou adequada para as sombras, para a arte de facas, derramamento de sangue e golpes, para palavras envenenadas e copos envenenados. Eu nunca esperava subir tão alto quanto o trono. E temo não ser totalmente adequada para a tarefa.[/p] [p]
***
[/p][p]Parece mais compulsão do que escolha, enquanto meus dedos destrancam os pesados trancos das portas de madeira.[/p] [p]Ao meu lado, Fand tenta me dissuadir, não pela primeira vez. – Vamos pelo menos...[/p] [p]– Fique aqui – digo a ela. – Não me siga.[/p] [p]– Minha senhora – diz ela, o que não é exatamente um acordo, mas terá que fazer.[/p] [p]Deslizo para dentro do grande salão e deixo a capa cair dos meus ombros.[/p] [p]A serpente está lá, enrolada ao redor do trono em ruínas. Cresceu em tamanho. A largura de seu corpo é tamanha que ele pode engolir um cavalo inteiro com um mero abrir de sua mandíbula. Ainda existem algumas tochas acesas entre os alimentos derramados e mesas viradas, iluminando suas escamas negras. Algo do brilho dourado diminuiu. Não sei dizer se é doença ou alguma transformação adicional. Arranhões de aparência recente correm ao longo de um lado do corpo, como se fossem de uma espada ou lança. Saindo da fenda no chão do salão, vapor flutua suavemente, carregando o cheiro de pedra quente.[/p] [p]– Cardan? – Pergunto, dando alguns passos suaves em direção ao tablado.[/p] [p]A enorme cabeça da serpente balança em minha direção. Seu corpo deslizando, desenrolando-se para caçar. Paro e ele não vem atrás de mim, embora sua cabeça se mova sinuosamente para frente e para trás, alerta tanto para ameaças quanto para oportunidades.[/p] [p]Me forço a continuar andando, um passo após o outro. Os olhos dourados da serpente me seguem, a única parte dela – exceto por seu temperamento – que parece com Cardan.[/p] [p]É possível que eu me transforme em outra coisa, um Grande Rei tão monstruoso quanto Dain. E se eu fizer... se cumpri essa profecia... eu deveria ser parado. E acredito que você possa me impedir.[/p][p]Penso nos pontos do meu lado e nas flores brancas subindo pela neve. Me concentro nessa memória e tento aproveitar o poder da terra. Ele é um descendente de Mab e o legítimo rei. Eu sou a esposa dele. Eu me curei. Certamente eu posso curá-lo.[/p] [p]– Por favor – digo para o chão de terra do salão, para a própria terra. – Eu farei o que você quiser. Vou desistir da coroa. Farei qualquer barganha. Apenas, por favor, conserte-o. Me ajude a quebrar a maldição.[/p][p]Me concentro e me concentro, mas a mágica não vem.[/p]
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7 Comentários

  1. Rafaella05 agosto

    Ahhh que aflição parar nesse momento!!

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  2. Anônimo05 agosto

    Genteee eu estou ansiosa aaa!!!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Tadinha, esse final com ela tentando barganhar pra ter ele de volta 💔
    "Eu tentei matá-la – ela me lembra.

    – Você praticamente descreveu todos os relacionamentos importantes da minha vida – retruco, respirando devagar e superficialmente. – Gosto de você." Acho que a Jude precisa de um amigos diferentes kkkkkk amei. Thanks pela tradução.

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  5. Aaaaaa preciso de mais

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  6. Anônimo06 agosto

    Ai senhor!!!!! Que aflição!!!

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  7. Continua a traduzir, por favor!!!!

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