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The King's Men - Capítulo Treze



Oi, gente! Bom, eu nunca começo os capítulos com algum lembrete, mas vejo que com esse capítulo será necessário.
Aviso de antemão que, se você for sensível e a tortura física e psicológica eu não recomendo que leia o que vem a seguir. Ok? Outra coisa, o próximo capítulo é o mais comprido de todos os livros, são aproximadamente 31 páginas. Então vai demorar muito, com 10 a 15 páginas eu já demoro imagine 30! Então a solução é partir o capitulo em dois. Estejam avisados.

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TRADUÇÃO: THIAGO
REVISÃO: THIAGO

Os pensamentos coerentes retornaram em fragmentos dispersos. Ele estava ciente do concreto frio sob suas bochechas e da visão de suas mãos sem algemas que jaziam inertes a frente de seu rosto, mas nada disso tinha muito significado para ele. Lola havia cortado as sua mão e alinhado-as com queimaduras nos nós dos dedos. Outra marca de queimadura manchava a carne entre o polegar e o indicador. As queimaduras começaram a escorrer, contudo, o sangue seco conteve maior parte das feridas. Nathaniel ficou surpreso com a crueldade insana de Lola no momento em que lembrou da dor que causava.

Ele gemeu ao sentar-se cuidadosamente.

Estava no porão, significava que tinham passado pela garagem. Um túnel subterrâneo os conduziu, instalado com o único propósito de mover os corpos por ele às vezes. Foi por onde Nathaniel e sua mãe haviam escapado há nove anos. Era justo que voltasse para casa pelo o mesmo.

Lola estava no meio da sala. Ela virou uma cadeira ao contrario e sentou-se. Um braço dobrado sobre o encosto. O outro ficou ao seu lado. Ainda tinha a arma de Romero com ela, e seu dedo descasava perto do gatilho. Quem a ajudou a levá-lo para dentro, fora embora. Um dos policiais, Nathaniel adivinhou, teve que se juntar ao caos do lado de fora para manter as aparências.

– Vai a algum lugar? – perguntou Lola.

Nathaniel acenou com as mãos para ela.

– Vai infeccionar se eu não limpá-los agora.

– Se eu fosse você não me preocuparia.

–Você não sou eu – cortou Nathaniel e se levantou.

Uma pia industrial havia sido construída na parede oposta. Sem espelhos. Ele estava grato por não ser capaz de ver seu rosto, no entanto facilitaria o trabalho. Ele lavo suas mãos primeiro, sibilando entre dentes cerrados. Doeu tanto que quis parar, mas forçou-se a esfregar suas queimaduras com água e sabão. Assim que esfregou as mãos úmidas no rosto, seus dedos tremiam e seu estômago sentiu náusea induzida pela dor. Não tinha nada para secar-se depois, já que suas roupas estavam sujas de suor e manchas de sangue. Ele manteve as mãos esticadas para secar com o ar.

– Quanto tempo isso vai demorar? – perguntou Nathaniel.

– A espera ou seu assassinato? – indagou Lola. – O último vai demorar um pouco. Geralmente esperar não faz o feitio dele, mas você causou tantos problemas a nós e aos lucros que provavelmente faremos uma exceção.

–Você poderia simplesmente acabar logo com isso.

– Não seja infantil.

Nathaniel sentou-se para esperar. Demorou uma hora até a polícia terminar de tomar o depoimento de Nathan, por sua segurança, e fotografar evidências de vandalismo. Soube que finalmente foram embora quando uma porta se abriu nos degraus acima. Lola levantou-se em um segundo. O coração de Nathaniel acelerou, entretanto, não pôde demonstrar medo perante aquele olhar interessado de Lola. Pôs uma expressão calma em seu rosto e assistiu a morte descer os degraus.

Dois anos atrás das grades não envelheceu nem um pouco seu pai. Além de alguns quilos perdidos Nathan Wesninski parecia o mesmo de sempre. A casa era uma demonstração gritante de sua fortuna, porém Nathan não perdeu tempo se vestindo. Ele não via necessidade em usar roupas elegantes quando gostava de se sujar no trabalho. Desceu a escada descalço, vestindo calça cinza escura e uma camisa branca de botões. Suas mangas dobradas nos cotovelos e mãos nos bolsos quando chegou. Olhos frios, azuis, fitaram Nathaniel, que teve que desviar o olhar incapaz de sustentá-lo.

Ele não tinha certeza em quere olhar Lola, no entanto Nathaniel também não queria observar o monstro que acompanhava Nathan sobre as escadas. Patrick Dimaccio foi o guarda-costas de Nathan ao longo da vida. Ele se comportava como se pudesse enfrentar meio-mundo com as próprias mãos, uma atitude arrogante apoiada por trezentos quilos de músculos movidos a esteroides. Ele nunca encostara uma mão em Nathaniel ou Mary, talvez sabendo que poderia matá-los com um golpe descuidado, no entanto, Nathaniel sabia o quão perigoso ele era. Também, ele era mortalmente leal a Nathan, que confiava nele cegamente. Dimaccio certamente ficara encarregado de manter o círculo unido na ausência de seu pai.

– Levante-se –, disse Nathan, o simples som de sua voz foi o suficiente para transformar o estômago de Nathaniel em geleia. – Faça algo melhor do que ficar sentado na minha presença.

Nathaniel disse a si mesmo para ficar parado, mas já estava de pé.

Lola riu daquela obediência e caminhou em círculo atrás de Nathaniel.

– Oi, júnior –, disse Nathan.

O queixo de Nathaniel tremeu.

Ele não se atreveu a falar, sem saber o que diria. Nathan atravessou a sala em sua direção, tomando todo o esforço que Nathaniel teve para se manter firme. Nathan parou a sua frente, tão perto que Nathaniel pôde sentir o cheiro de sua colônia. Nathaniel fitou o último botão em sua camisa, como se de alguma forma pudesse salvá-lo de tudo isso.

A mão de Nathan pousou em seu ombro, mas não em um gesto reconfortante. Nathaniel se preparou para o inevitável golpe, ainda assim seus joelhos vacilaram quando Nathan socou suas bochechas. Nathan o pegou pela garganta quando caiu. Nathaniel engasgou e tentou encontrar seus pés novamente. Sabendo que não seria bom agarrar seu pai para manter o equilíbrio. Ele sabia o que seu pai faria se o tocasse.

– Eu disse oi –, insistiu Nathan quando Nathaniel se aprumou novamente.

Os lábios de Nathaniel se moveram, mas nenhum som veio deles. Ele tomou mais duas tentativas antes de puder dizer um silencioso:


– Oi.

– Olhe para mim quando estiver falando com você.

Um grito contido pareceu que rasgaria sua garganta, mas Nathaniel forçou seu olhar para o rosto de Nathan.

– Meu filho – disse Nathan. – Minha maior decepção na vida. Onde está o segundo maior?

– Mamãe está morta –, respondeu Nathaniel. – Você a matou. Não se lembra?

– Lembraria –, disse Nathan. – Eu teria saboreado as lembranças enquanto contava os dias para encontrá-la novamente.

– Você a perfurou –, disse Nathaniel. – Ela só chegou até a fronteira da Califórnia.

Nathan lançou um olhar maníaco de Nathaniel para Lola: 

– Acredito nele – disse ela.

Nathan assentiu, aceitando sua opinião, e segurou o rosto machucado de Nathaniel em suas mãos. Apertou com tanta força que Nathaniel pensou que os cortes em seu rosto se abririam mais ainda. As suas mãos voaram instintivamente em seu próprio rosto, removendo no último segundo as mãos de seu pai. Nathan deu um sorrisinho com aquela pequena abordagem e sacudiu Nathaniel com tanta força que seu pescoço protestou.

– Quem disse que se esconder à vista de todos era uma opção viável? Você devia adivinhar que eu acabaria o encontrando.

– Você deveria ter me deixado –, disse Nathaniel. – Você me vendeu. Não era mais problema seu.

– A transação nunca foi finalizada. Tetsuji não concordou em levá-lo porque você não esteve lá tempo suficiente para convencê-lo. Isso significa que você ainda pertence a mim. – disse Nathan – Você me fez de mentiroso para as pessoas que não se deve mentir. Sabe o que eu vou fazer com você?

– Ainda não estou completamente certo –, continuou Nathan, enquanto Nathaniel só podia olhá-lo atordoado. – Tive anos para pensar em como acabar com isso, mas agora que chegou a hora estou indeciso. Poderia esfolar você vivo. Poderia quebrar cada centímetro do seu corpo e cauterizar suas feridas. Acredito que, não importa o que eu escolha, vou começar quebrando os tendões das suas pernas. Você não vai escapar desta vez, Nathaniel. Não vou deixar você fazer isso.

– Foda-se –, Nathaniel cuspiu nele, com sua voz horrorizada.

Nathan o empurrou para longe dele com as mãos erguidas. Dimaccio atravessou a sala na direção deles. Em uma das mãos segurando o pesado machado. Na outra, o cutelo. Nathan se virou para aproximação de Dimaccio, considerando as armas com interesse.

 Nathaniel aproveitou sua distração e tentou fugir, mas Lola estava a sua espera. Ela pulou em Nathaniel por trás e o agarrou com as duas mãos. Ela não poderia mantê-lo por muito tempo, e não precisava. Diminuiu o ritmo por tempo suficiente para que Dimaccio passasse uma arma para Nathan.

Ele levantou Nathaniel do chão, puxando-o pela camisa, incapaz de se livrar dos punhos que choviam sobre ele. Lola soltou-o e elegantemente recuou, Dimaccio atirou Nathaniel para a parede mais próxima. O impacto esmagou o seu fôlego, e ele caiu desajeitadamente no chão. Agarrou seu tronco com as mãos, o que foi um erro terrível, porém não teve fôlego para gritar. Estava tão tonto que se sentia mal, mas a movimentação vista pelo canto do olho o fez se mover. O metal brilhou a poucos centímetros de seu rosto quando Nathan desferiu o golpe. O terror colocou Nathaniel de pé o mais rápido que seu corpo aceitaria se mover e recuou do cutelo de seu pai.

Nathan não o perseguiu. Dera ao cutelo um golpe experimental, como se estivesse se familiarizando com seu peso, e testou a lâmina em seu polegar. Devia tê-lo afiado recentemente, porque o sangue correu quase que imediatamente.

As oportunidades de Nathaniel estavam se esgotando. Não conseguiria passar por Nathan e Dimaccio, o que significava aproveitar a oportunidade contra a pistola e faca de Lola. Ele se virou e correu na direção a ela. O sorriso selvagem em seu rosto lhe disse que esse ataque seria esperado. Ela se preparou para a inevitável colisão, com a faca empunhada e pronta para causar algum dano. Ela brandiu a faca quando se aproximou. Nathaniel se esquivou da lâmina, quase torcendo o tornozelo em sua pressa. A pistola de Lola estava em seu rosto alguns segundos depois, ela sabendo que não podia atirar, não o impediu de se esquivar.

Ela se aproximou dele, com a faca na mão para atacar, e Nathaniel acertou um soco em sua garganta. Ele mal ouviu o som horrível de asfixia que ela fez através da dor crepitante em seus ouvidos. Cada corte e queimadura de suas mãos gritaram em protesto. Ele cerrou o punho com mais força e deu outro golpe. Lola se esquivou, mas por pouco, deixando-lhe um corte queimando em seu peito com a ponta da faca. Nathaniel estava agora entre ela e a porta, e puxou a barra para destrancá-la. Lola agarrou seu cabelo antes que pudesse abrir a porta, mas Nathaniel não se importou com a quantidade de cabelo perdido. Mesmo assim, ele se adiantou, recusando-se a soltar a maçaneta.

– Sai da frente –, disse Nathan atrás deles.

Ele falava com Lola, mas Nathaniel se jogou de lado também. O cutelo de Nathan acertou exatamente onde ele estava. O metal estalou quando atravessou a porta, e Nathan deu um olhar ardente para seu filho caído. Nathaniel se arrastou de costas, esperando uma morte cruel em seu peito. Nathan foi até ele, cansado de brincar de gato e rato. Nathaniel tentou se levantar, mas uma bota em suas costelas o deixou imóvel. Um soco no rosto matou sua próxima tentativa e, de repente, Nathan estava montado por cima de seu corpo com o cutelo em sua garganta.

Dimaccio veio atrás oferecendo o machado. Nathan o colocou ao lado do pescoço de Nathaniel para que pudesse esculpir linhas rasas nas queimaduras de Nathaniel com o seu cutelo.

– Talvez nós usemos os dois – disse ele, casualmente, como se estivesse calculando o tempo do dia seguinte. – Remover sua pele centímetro por centímetro e esculpir a carne por baixo. Se fizermos direitinho, você pode durar a noite toda. Patrick, mande que peguem o maçarico para nós. Ainda deve estar na gaveta ao lado do forno.

– Não –, pediu Nathaniel, mas Dimaccio subiu para chamá-los.

– Lola – Nathan a chamou, e Lola veio imediatamente ao seu lado. Ela já não sorria mais. O olhar que lançou a Nathaniel estava cheio de fúria, cuidadosamente ela tocou seu pescoço ferido. Nathaniel queria se sentir satisfeito por machucá-la, porém tudo o que sentia era medo. Sem tirar os olhos de seu filho, Nathan lhe perguntou.

– Gostaria de ter o prazer de machucá-lo?

– Não –, pediu Nathaniel novamente, no entanto Lola se abaixou fora do campo de visão. Nathaniel chutou as pernas para o outro lado, fugindo dela. O machado não era tão afiado a ponto de abrir a garganta sem tanto esforço, então ignoro o modo como o peso do machado o fazia engasgar e lutou da melhor maneira possível. Natha tolerou-o até que seu filho o agarrou, e ele pôs a faca na ponte do nariz de Nathaniel.

– Se você não ficar quieto, vou arrancar a porra desses olhos.

Nathaniel congelou, contudo, tremia tanto que foi uma maravilha não estar sacudindo seu pai ainda.

– Por favor –, murmurou, incapaz de parar – por favor, não faça isso.

– Posso? – indagou Lola, novamente animada.

– Vamos cortar seus tornozelos, depois seus joelhos –, disse Nathan a ele. – E se você tentar escapar rastejando, vou cortar seus braços. Entendeu?

Dimaccio estava de volta, e colocou o maçarico ao lado de Nathan.

Nathaniel queria gritar, mas se o fizesse não seria capaz de parar. Seus olhos ardiam, talvez do sangue, talvez do pânico contido pelo desespero. Agarrou-se ao que restava de seu autocontrole com as pontas dos dedos ensanguentadas, sabendo que isso não lhe faria bem algum, mas que não poderia soltar.

– Por favor –, implorou de novo – Só me deixe ir. Só me deixe ir. Eu não estou... 

– Lola... –, Nathan o interrompeu, mas não terminou.

A porta do porão se abriu pelo lado de fora e um bando de estranhos entrou atirando. O silenciador ajudou a abafar o som de alguma forma, porém em um lugar tão fechado, Nathaniel sentiu cada tiro como uma mordida em sua pele. Lola estava mais perto da porta e seu corpo tremeu quando as balas fizeram incontáveis buracos nela. Nathan desapareceu, debaixo da questionável segurança de Dimaccio. Nathaniel tentou permanecer deitado, tentando não atrair atenção, no entanto, estava procurando por seu pai enquanto mais estranhos apareciam na sala.

Seu pai estava completamente protegido pelo volumoso corpo de Dimaccio, enquanto pedia ajuda a seus homens. Seus guardas desceram as escadas de concreto, entretanto rajadas de balas intermináveis pararam seus passos. Alguém puxou Nathaniel pelo chão, longe de seu pai. Ele lutou instintivamente, mas o estranho não revidou. Nathaniel foi jogado em um canto e continuamente esquecido.

Ficar parado parecia uma boa ideia com tantas balas voando. Nathaniel encolheu seu corpo machucado o mais forte que pôde, protegendo a cabeça com os braços latejando. Durou uma eternidade antes que a casa estivesse quieta e silenciosa novamente. Nathaniel baixou lentamente os braços e olhou em volta.

Nathan estava ajoelhado no meio da sala, encurralado, com quatro armas apontadas para sua cabeça. Estava se levantando, mas alguém o acertou com a coronha de um rifle. Nathan respondeu com um grunhido ininteligível. Um dos homens que vigiava a porta assobiou um sinal pelo túnel, e passos ecoaram no corredor.

Um homem parou na porta e Nathaniel parou de respirar.

Ele reconheceria aquele rosto em qualquer lugar. Nove anos haviam cobrado caro a Stuart Hartford, mas Nathaniel ainda podia ver as feições de sua mãe no rosto dele. Stuart respondeu a carranca de Nathan com um olhar frio. Ele tinha a arma a meio caminho de Nathan, mas uma mulher interferiu apontando o queixo para Nathaniel.

Stuart seguiu seu olhar e a surpresa tocou a ponta de sua fúria.

– Que diabos. Nathaniel? – Nathaniel estava muito atordoado para falar, contudo conseguiu assentir. Stuart manteve a arma apontada para Nathan, mas manteve o olhar fixo no sobrinho. – Onde está Mary?

Nathaniel não conseguiu encontrar sua voz, então apenas meneou a cabeça. A expressão de Stuart se quebrou, a pequena ponta de esperança desaparecera tão depressa quanto surgiu. 

– Não olhe. Isso vai terminar em um estante.

– Como se atreve? – Nathan rosnou selvagemente. – Você está desafiando os Moriyamas vindo aqui e matando meus homens. Você é o homem morto. Você não tem o poder de...

Stuart não o deixou terminar.

O corpo de Nathan estremeceu quando duas balas perfuraram seu peito. Nathaniel assistiu a tudo, olhos arregalados e incrédulos, sangue espirrou da garganta do seu pai correndo através de sua camisa e manchando suas calças. O corpo de Nathan caiu para trás no impacto com o chão molhada.

Nathaniel levou uma mão trêmula à boca, depois a segurou com a outra mão.

Não foi o suficiente para sufocar o entusiasmo impactante.

– Eu lhe disse para não olhar –, repreendeu Stuart.

Aquele sentimento de partir o coração não era pena, era uma necessidade tão feroz que Nathaniel pensou que o mataria. Seu mundo desmoronava ao seu redor e ele caía em um buraco. Nathaniel não conseguiu respirar, muito menos explicar aquela alegria horrível. Ele não luto quando dois dos homens de Stuart o pegaram.

Stuart atravessou a sala para encará-lo. Nathaniel o viu passar pelo cadáver de seu pai. A mão de Stuart em seu queixo obrigou-o a olhar o rosto do tio. Stuart o fitou, checando suas feridas com um olhar furioso.

– Ele pode vir comigo –, disse uma das mulheres.

– Ele é o nosso único passaporte para sair desse inferno –, disse Stuart. – Vamos deixá-lo aqui. Por enquanto, – ele continuou antes que Nathaniel pudesse reagir. Pressionou os dedos mais fortes no rosto de Nathaniel e deu uma pequena sacudida. – Você vai me ouvir e fazer exatamente o que eu disser. Eles só nos deixaram vir sem contestar porque nós prometemos que o levaríamos vivo.

Nathaniel finalmente encontrou sua voz.

– Os Moriyamas?

– Não –, negou Stuart, tão severamente que Nathaniel se inclinou para longe dele. – Não diga mais esse nome hoje. Não os atraía. Eles não esperavam que o Carniceiro morresse e só temos uma chance de ganhar o favor deles. Vamos usar o FBI como distração. Você precisa de cuidados médicos, e ainda não podemos levá-lo aonde precisamos ir. Essa é a única maneira de você sobreviver. Entende?

Seu pai estava morto.

Nathaniel aceitaria qualquer coisa depois disso.

– Não vou contar a eles.

Stuart assentiu.

– Então, nós estamos indo embora.

Eles lhe ajudaram a subir pelo túnel até a garagem. As escadas que subiam eram muito íngremes e estreitas, e a entrada da no topo era grande o suficiente para alguém passar. O pessoal de Stuart desapareceu da porta da garagem o mais depressa que pôde, mas Stuart ficou por um momento com Nathaniel. Encarando a escuridão, Nathaniel procurou os federais que deveriam estar observando tudo de uma distância segura. Por enquanto, a rua estava calma e vazia, embora não houvesse como os vizinhos terem perdido aquele tiroteio. A qualquer minuto, talvez em dois, os vizinhos ligariam para a polícia e a imprensa estaria aqui novamente.

Stuart colocou-o de joelhos com as mãos atrás da cabeça.

– Vamos voltar para buscá-lo quando pudermos. Eu prometo.

Então ele se foi, desaparecendo na noite com sua equipe. Nathaniel permaneceu ajoelhado e curvou a cabeça em espera. E, não demoro muito tempo. Os federais saíram das sombras como fantasmas, armas empunhadas de fora e cobertos da cabeça aos pés com equipamentos especiais. Nathaniel era jovem demais para ser seu pai, mas a escuridão que o cobria ajudou na ilusão. Eles não suspeitaram que algo estava errado até o puserem de pé com mãos rudes e vozes estridentes. Nathaniel finalmente levantou a cabeça para eles, e o agente mais próximo dele parou no meio da frase.

– Vocês se atrasaram –, disse Nathaniel, mesmo quando alguém ligava para o Serviço Médico de Emergência para se apressar. – Meu pai está morto.

– Seu pai? – repetiu o agente estupidamente.

Seis homens rapidamente marcharam para o buraco e quase caíram, Nathaniel ouvir o eco de suas botas enquanto corriam pelo túnel e revistavam a casas. Ele percebera que tinha baixado o olhar para a abertura até o agente estalar os dedos enluvados em sua cara. Nathaniel encontrou seu olhar inquisitivo com um olhar frio, e o homem repetiu: 

– Seu pai?

– Me chamo Nathaniel Wesninski –, disse formalmente, – e meu pai está morto.

Não foi nada engraçado, todavia, um segundo depois, ele estava rindo. Soou histérico, sem conseguir parar. Mãos agarraram seus ombros e curvando sua cabeça para baixo. Uma voz rouca ordenou que respirasse, mas não conseguia. Ele se ajoelhou para se equilibrar. A dor de suas mãos maltratadas subiu para seus braços, porém não pôde deixá-la. A adrenalina de um tiroteio inesperado, a tranquilidade de estar vivo, estava o destruindo, e Nathaniel finalmente perdeu a batalha contra seu estômago instável. Alguém o segurou quando vomitou no chão de concreto. Nathaniel cuspiu em uma tentativa vã de remover o gosto amargo de sua boca.

A mão em seu ombro colocou mais força.

– Preferiria não algemá-lo no estado em que você está agora, mas farei se for preciso. Você será um problema para nós?

Nathaniel lutou para erguer o olhar e se concentrar no rosto do homem.

– Tenho sido um problema há dezenove anos. Estou cansado demais para ser um hoje. Só me tire daqui.

Uma ambulância parou na calçada. Havia chegado rapidamente, Nathaniel adivinhou que estivesse a espera em algum canto, longe de vista. Apesar de sua tranquilidade, teve uma escolta de três agentes que o acompanharam até os paramédicos. Eles tinham a maca na rua quando chegou, e Nathaniel se deitou sobre ela sem dizer nada. Eles o imobilizaram para levá-lo e o colocaram de volta. Um agente foi deixado com eles; Nathaniel supôs que os outros o seguiriam. 

Ele já não se importava mais.

Ele fechou os olhos e deixou os paramédicos fazerem o seu trabalho.

***

Quando abriu os olhos novamente, Nathaniel estava em uma cama de hospital e a luz do sol escorria por uma janela. Tubos de plástico finos saíam sob os lençóis e os remédios faziam sua cabeça parecer algodão. Estava acordado, mas agradavelmente aliviado da dor.

Recebeu duas visitas que não reconhecera, mas soube com apenas um olhar que eles eram federais. Ambos tinham, presumidamente, esse ar carregado de autoridade que, geralmente, pensavam ter, e sentiam-se mais poderosos do que realmente eram. Um se sentou em ma cadeira à sua esquerda. O outro, melhor que as das duas cadeiras, posicionou-se ao pé de sua cama examinando papéis. A porta se fechou dando-os privacidade, porém Nathaniel pressupôs que alguém aguardava do lado de fora.

Alguém algemara a mão enfaixada de Nathaniel a cama. Nathaniel a sacudiu e disse.

– Sério?

– Não teremos outra chance –, disse o homem mais próximo. – Assim que os médicos lhe deram alta, nós o transferiremos para o escritório local. Não pense em ter que esperar por um ambiente oficial para falar conosco. Estamos prontos para ouvir tudo o que você tem a dizer. Agente Especial Browning –, o agente disse tardiamente, e apontou para seu parceiro. – Este é o Agente Especial Towns. Nós seremos seu controlador.

– Meu controlador –, repetiu Nathaniel. – Não sou sua propriedade.

– Mas temos sua custódia.

– Vocês vão me prender?

– Neste momento, estamos agindo de boa vontade supondo que podemos contar com sua total cooperação. Se precisarmos de uma abordagem mais agressiva, a faremos. Temos uma série de crimes atribuídos a você, começando com falsidade ideológica, encontrada em sua carteira, e o agravante do paradeiro de sua mãe. Deixe-nos cientes sobre se teremos que ser mais duros.

Nathaniel fez um som rude com a garganta.

– Vocês não podiam pelo menos usar uma linguagem melhor, tipo Exy? Eu odeio beisebol.

– No momento, o que você odeia ou deixa de odiar é de pouca importância para nós –, disse Towns. – Nos importamos somente com a verdade.

– Te dou a verdade em troca da verdade –, ofereceu Nathaniel. – Meu time foi pego ontem por um motim. As Raposas de Palmetto State –, disse ele, apesar de estar certo de que os agentes já haviam percebido desde que o encontraram na casa de seu pai. – Eles estão feridos?

– Oitenta e seis pessoas ficaram feridas na noite passada, incluindo três de seus companheiros –, disse Browning. – Eles foram tratados e prontamente dispensados. Eles sofreram ferimentos menores. Tiveram sorte. Algumas pessoas acabaram na UTI.

– Entramos em contato com o treinador Wymack, logo depois que o trouxemos até aqui, e perguntamos se ele poderia levar o pessoal para interrogatório –, continuou Town, checou o relógio e disse: – Eles devem terminar em breve. Quando terminarem, eles estão livres para voltar para a Carolina do Sul.

Ele não dissera “Sem voce”, mas Nathaniel pôde perceber em seu tom.

– É a sua vez –, disse Browning. – Onde está sua mãe?

Nathaniel contou a eles sobre o encontro com seu pai em Seattle e sobre o cruel ataque do qual não foram tão rápidos em escapar. Contou sobre o fogo, a areia e como ele a enterrou na costa. 

Era brutalmente injusto, ela ter vivido o suficiente para ver Nathan morrer, mas Nathaniel manteve aquela amarga miséria para si mesmo.

– Todo esse tempo você esteve escondido em Seattle? – perguntou Browning, parecendo irritado por não saberem.

– Não –, refutou Nathaniel, – essa foi a última parada antes do Arizona.

– Onde você esteve antes de Seattle?

– Eu quero ver meu time.

– Onde você esteve antes de Seattle? – repetiu Browning.

Nathaniel pressionou seus lábios em uma linha dura e dirigiu seu olhar para o teto. Browning tolerou seu silêncio por alguns minutos, antes de começar a falar. Contou-lhe tudo o que planejavam oferecer a Nathaniel em troca de sua delação premiada: imunidade de todas as suas acusações, um novo começo no Programa de Proteção a Testemunhas e a oportunidade de derrubar a gangue de seu pai. Quando Nathaniel permaneceu impassível, apesar de todas as ofertas, Browning mudou para ameaças. O que tinham de Nathaniel era o suficiente para prendê-lo, e eventualmente buscariam mais coisas para incriminá-lo.

– Quero ver o meu time –, insistiu Nathaniel quando Browning finalmente respirou fundo.

– Seja razoável –, disse Towns. – Não torne as coisas mais insuportáveis do que o necessário.

– Você acha isso insuportável? Olhe tudo o que eu passei. Sobreviver é fácil. – Nathaniel inclinou a cabeça e deu a Towns um olhar frio. – Mas, você consegue sobreviver a mim?

– Você está ameaçando um agente federal?

Nathaniel riu tanto que suas queimaduras doeram. 

– Eu não ousaria tanto. O que eu quis dizer foi: se você pode sobreviver à minha família? Meus pais estão mortos, mas meu tio ainda se lembra de mim. Mais importante, ele lembra que você lhe deu permissão para ir até meu pai na noite passada. Desde quando a policia se mistura com bandido?

– Não sei do que você está falando –, despistou Browning, com impressionante neutralidade.

Nathaniel não acreditou, por um segundo.

– De qualquer forma –, disse Nathaniel. – Vou tirar uma soneca.

Eles não discutiram, então ele fechou os olhos e ficou à deriva. Ele acordou um tempo indeterminado depois, quando uma enfermeira foi verificar suas feridas. Todos os analgésicos em seu corpo não significou nada enquanto ela limpava os hematomas em seus braços e mãos. Nathaniel cerrou os dentes extremamente fortes, pensando que os quebraria, e lutou com o desejo de chutá-la para longe dele. Ela acenou com aprovação a seus pontos e prometeu que a médica iria verifica-lo mais tarde. Ela fechou a porta ao sair.

Foi impossível voltar a dormir com os nervos alarmados em seus ouvidos. Nathaniel flexionou os dedos, verificando seu nível de mobilidade. Lola o queimou para machucá-lo, não para mutilá-lo. Talvez pensasse que a pele derretida arruinaria a bobina acabando com sua diversão. Soube, pelas reações da enfermeira, que seu rosto não tivera a mesma sorte, contudo não queria se ver em um espelho ainda. Nathaniel estava tão furioso quanto com náuseas, só de pensar nisso.

Antes que náusea pudesse vencer, Nathaniel ergueu olhar e sussurrou:

– Quero ver meu time.

– E eu um café –, disse Browning. 

– Vocês dois ainda estão aqui?

Towns assentiu.

Browning checou sua carteira por dinheiro e saiu.

Nathaniel deu alguns puxões experimentais em sua algema apenas para ver como Towns reagiria. Towns não se impressionou com a tentativa fracassada de rebelião e continuou lendo seu arquivo. Eles se ignoraram até Browning retornar. Browning sentou-se em silêncio até que o café acabou, em seguida examinou uma das pilhas de arquivo descartadas por Towns. Depois de uma hora, fez outra tentativa de se comunicar com Nathaniel.

– Ainda se sente cooperativo?

– Ainda não vi mês colegas de time, então não –, respondeu Nathaniel, Browning fez um gesto arrogante. Nathaniel puxou sua mão algemada novamente. – Olhe: foi com essas pessoas que eu decidi ficar, mesmo sabendo que não ficaria por muito tempo. Eu os escolhi antes de pensar na minha própria segurança. Então deixe-me vê-los e eu te direi tudo o que você quer.

– Você só pensa em querer vê-los –, disse Towns. – Lembre-se que eles acabaram de descobrir quem você realmente é. Engulo meu chapéu se eles ainda quiserem saber algo sobre você.

Nathaniel abriu a boca, a fechou novamente, e desviou o olhar.

Seus companheiros aceitariam a vaga confissão que Aaron expusera sobre ele, todavia, saber o histórico de sua família era assustador, mais ainda, lidar com a realidade era algo totalmente diferente. Talvez Kevin tivesse tempo de contá-los durante a viagem a Nova York, sobre a ligação entre os Wesninski e os Moriyamas; nesse caso, eles agora saberiam o risco em que “Neil” os colocara assinando o contrato com o técnico Wymack.

Ele prometera que sua família não seria um problema, mas eles o machucaram e isso custaria o campeonato as Raposas. Eles deveriam odiá-lo agora, deveriam temê-lo, e provavelmente nunca o perdoariam, no entanto, Nathaniel não queria deixá-los. Ele tinha que dizer-lhes isso ainda hoje, antes que os federais o empurrassem tão ao fundo a ponto de a luz nunca mais puder alcançá-lo.

– Na verdade –, prosseguiu Towns, – provavelmente já estão na estrada para o sul. Seus depoimentos não devem ter demorado muito, e não precisamos de mais nada deles por enquanto.

– Você está errado –, disse Nathaniel. – Eles não iriam a lugar nenhum sem Andrew, e Andrew não iria a lugar nenhum antes de falar comigo.

– É melhor você não quer descobrir.

– Sim, eu quero. – Mesmo que fosse apenas para destruir Nathaniel por esconder isso, Andrew esperaria o máximo que pudesse. Ele não era do tipo que deixava as coisas inacabadas. Nathaniel sabia, e acreditava, com cada fibra de seu corpo. Foi o suficiente para acalmar a pontada do aviso insensível de Towns. – Você pode me levar até ele, ou pode me deixar apodrecer em uma cela em algum lugar. São suas únicas opções.

Finalmente, Browning se levantou e foi ao corredor. Nathaniel ouviu seu tom estridente através da porta, mas sem entender suas palavras. Towns observou seu parceiro quando Browning retornou, e Browning respondeu rabiscando a prancheta de Towns. Nathaniel resistiu ao impulso de jogar seu travesseiro neles e relaxou um poço sobre ele.

Eles não disseram nada a ele, e deixaram seus pensamentos vagarem. As horas para sua alta foram intimáveis e infelizes. Quando a médica passou para vê-lo e lhe dizer como tratar suas feridas, Nathaniel a interrompeu com um grosseiro:

– Não preciso da sua ajuda.

A médica, acostumada com pacientes desagradáveis, assinou o prontuário de Nathaniel sem dizer mais nada. Ela olhou para os agentes e disse:

– Vocês podem assinar a saída dele na recepção, no final do corredor. Eles terão os remédios esperando por vocês.

Browning assentiu, porém esperou que a doutora saísse para remover as algemas que prendiam Nathaniel a sua cama. Ele e Towns abaixaram o nível da cama, para que Nathaniel pudesse sair dela. Towns lhe entregou uma bolsa, e Nathaniel jogou um conjunto de moletons escuros sobre a cama.

Onde estão minhas roupas? – indagou ele.

– Tomadas como prova –, disse Towns.

Towns posicionou-se ao lado da porta.

Browning permaneceu por perto, quase a meio caminho de Nathaniel. Se Nathaniel tentasse algo, o enxergaria em sua visão periférica, mas ainda era um pouco de privacidade. A bata hospitalar usada por Nathaniel estava desamarrada, por isso ficou extremamente grato. Ele pensara que não podia contra nós e tiras até que suas mãos estivessem melhores. Tirou o roupão e vestiu os moletons novos com o máximo de cuidado possível. Suas mãos queimavam quando terminou. As segurou sobre o estômago, sabendo que não ajudaria em nada, mas queria tentar apagar a queimação de alguma forma.

Browning algemou suas mãos a frente, em seguida, puxou o capuz do moletom para cobrir o rosto.

– Graças aos vizinhos do seu pai, a imprensa sabe que alguém foi tirado da casa de Nathan na noite passada. Os canais principais ainda não têm nome, e nem precisarão. Você passou tanto tempo na TV no ano passado. As pessoas reconhecerão seu rosto assim que verem uma parte do que sobrou.

– Sobrou o suficiente para ser reconhecido? – perguntou Nathaniel.

– Têm um espelho aqui se você quiser ver.

– Me conformo com sua opinião.

– Vai cicatrizar logo –, confortou Browning, o que não pareceu.

Eles o levaram pelo corredor.

Towns assinou sua saída e pegou uma sacola branca e a sacudiu. Analgésicos e antibióticos, Nathaniel presumiu. Pomadas para queimaduras caso tivesse sorte. Towns deu a ele para carregar, e pegaram o elevador. Browning ligou antes que chegassem ao andar de baixo, para que tivessem um lugar totalmente vazio. Nathaniel não levantou a cabeça, para ver repórteres o procurando por uma foto. Ele manteve a cabeça tão baixa quanto pôde e rezou para que o moletom fosse o suficiente para proteger seu rosto.

Um carro, SUV, esperava estacionado na calçada. A porta de trás se abriu com a aproximação e Nathaniel entrou. Towns sentou mais atrás, então Browning ficou ao lado de Nathaniel. Browning fechou a porta e fez uma curta ligação, apenas para dizer:

– Estamos a caminho. Tire a impressa de vista antes de chegarmos lá.

A mulher no banco do passageiro deu a Nathaniel um olhar curioso por cima do ombro. Ele desviou seu olhar e encarando a janela peliculada. Ele reconheceu ruas e edifícios enquanto passavam. De alguma forma terrível e impossível, parecia estar em casa. Ele queria arrancar esse sentimento de seu peito e destruí-lo.

O Foxhole era o único lar de que precisava; e as Raposas sua família.

Ele desejou que nada disso tivesse poder sobre ele.

Quão triste, quão estranho, quão estúpido, era fugir desse lugar e ter retornado ao mesmo no final de tudo. Ele já não suportava a vista da cidade, então se inclinou para trás e fechou os olhos.

Não conseguia dormir, mas pelo menos podia imaginar a morte de seu pai várias e várias vezes. Isso foi quase o suficiente para fazê-lo sorrir e, finalmente, as pedras de gelo em suas veias derreteram.

7 Comentários

  1. Mucho obrigada pelo capítulo, com certeza irei a óbito no próximo!!!

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  2. chorei igual uma condenada jesus :,(

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  3. Pelo amor de todos os santos, continua! Você é a única fonte de tradução dessa obra literaria e eu não sei o que eu farei se não ler a reação do time e como tudo vai acabar. Talvez eu entre em um coma, não sei, ai meu deus, meu miocárdio :( Pfvr Thiago, eu te imploro, não pare de traduzir.


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    1. Jesus. To fazendo isso agora. (01:23)

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    2. Mds Thiago skaksaksaks eu te amo cara ;u;; obg pelo seu trabalho, de vdd <3 vc é incrivel e melhoras para os seus pais!

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    3. Thiago eu te amo !Sério !Muito obrigada pelo trabalho

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  4. Ludwig01 junho

    Você é maravilhoso por traduzir esse livro, muito obrigado, estou sofrendo mas amando a história

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