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Resenha: The King's Men (Nora Sakavic)

The King's Men – All For The Game #3
Nora Sakavic
Smashwords

Sinopse: Agora, “Neil Josten” é só uma questão de tempo. Ele sabia que quando chegasse à Universidade de Palmetto State não sobriviveria até o final do ano letivo, mas com sua morte ao virar da esquina, agora existem muito mais razões para permanecer vivo.
Torna-se amigo das Raposas era algo totalmente desaconselhável. Beijar alguém da equipe era inconcebível. Neil sempre pensou duas vezes antes de se envolver com alguém, estando tão próximo de seu fim, mas Andrew nunca foi a pessoa mais fácil de manter-se distante. Se ambos disserem que seu relacionamento não significa nada, talvez, Neil não se arrependa, mas há uma pessoa que Neil não pode enganar: ele mesmo.
Neil tem promessas a serem cumpridas e uma equipe para chegar ao campeonato, isso se conseguir fugir de Riko por um pouco mais de tempo, mas Riko não é o único pesadelo que o atormenta. Contar a verdade acabaria com todos ou seria a única oportunidade de Neil se salvar?
Depois de incontáveis passagens desesperadoras, ataques de ódio e lambeção de ship’s, The King’s Men encerra a trilogia All For The Game de forma otimista e previsível, mas o previsível aqui significa bom.

The King’s Men cumpre seu papel em concluir de forma agradável o ciclo das Raposas em busca do campeonato, a busca de Neil por sua liberdade e a construção da confiança mútua entre as Raposas. O livro tem seus pontos positivos e negativos, no entanto os negativos se sobressaíram por serem forçados e abruptos para uma conclusão de trilogia.

Vou citar abaixo os pontos negativos e positivos do livro, ou seja, vai ter spoler. Caso não tenha lido você pode ler online aqui, a tradução em formato epb e pdf será liberado dia 31 - 15:00.


Conceito do Titulo. (Ponto positivo)
Dessa vez a autora não foi tão literal. The King’s Men é uma referencia aos homens de confiança de um monarca. No caso, esses homens são distinguidos pelos números em seus rostos: Kevin, Neil e Jean. Os três estão longe de ser os homens de confiança do rei (Riko), estão mais para pets, mas é uma metáfora que a autora usa sempre com referencias a monarquia, declínio de poder e ascensão de um rei.

Desenvolvimento. (Ponto negativo)
O modo em que a autora decidiu desenrolar o enredo foi algo que me incomodou quase o livro todo. Às vezes tinha a sensação de estar lendo blocos e blocos de enrolação desnecessária apenas no intuito de ter capítulos mais longos. Nesses mesmos capítulos a narrativa fica cansativa, mas para não ficar arrastado a autora insere um pouco do romance no meio ou no final só para dar um gás. O romance não é incomodo, de forma alguma, mas a autora usa ele como plot principal, parecia mais uma carta curinga para segurar os leitores. Nora se aproveitou tanto desse romance, igual o Silvio Santos se aproveita de Carrossel, que deixou muita coisa para o final. Faltando pouco para terminar, o livro entra em uma onda frenética de acontecimentos, salto temporal e tentativas falhas de desenvolver personagens e resoluções nada convincentes.

O ponto em comum entre Renee e Andrew. (Ponto positivo)
Em The Foxhole Court Renee deixa a entender que ela e Andrew têm algo em comum, quando diz que ambos se entendem. TKM finalmente revela a forte ligação de “entendimento” que há entre os dois e o porquê de duas pessoas, aparentemente, diferentes serem “parceiros”. Ambos compartilham uma infância trágica e cruel de abusos físicos e psicológicos, tais abusos que acabaram por afetar a personalidade dos personagens. O elo deles não é apenas sentimental, também é físico e se materializa nas facas que Andrew sempre carrega com sigo, facas que carregam todo um simbolismo.


Característica psicológica dos personagens. (Ponto positivo)
Neil, Andrew e Renee são personagens que sofrem de distúrbio de personalidade, cada qual com seus gatilhos relacionados à suas experiências passadas.
Neil é uma persona que conquistou a empatia dos leitores, no entanto quando essa persona sai de cena dando entrada para Nathaniel é quase que um choque. Nathaniel é insuportável e me fez quase perder total ligação com Neil.
O gatilho de Renee é tocado de forma dispersa logo no primeiro capítulo, assim como Andrew o gatinho vem acompanhado de uma descaracterização facial da personagem.


Aparições irrelevantes que não acrescentaram em nada. (Ponto negativo)
A vontade de Nora em servir os fãs com Andrew e Neil fez as coisas se apressarem da metade para o final, e para resolver o outro plot principal a autora enfia personagens inesperados resolvendo tudo de maneira imediatista.
Dois personagens ligados ao Neil entram na história, mas um deles é questionável: a forma como é introduzido, o que ele faz ao decorrer da história e as informações que ele passa. Conclusão: mesmo se esse personagem não tivesse sido introduzi não faria diferença porque ele não tem relevância alguma.

Diminuir o potencial de uma mulher para enfatizar o potencial de um homem. (Ponto negativo)
Misoginia e empoderamento feminino foram assuntos recorrentes, principalmente por se tratar de esporte, as Raposas tem uma capitã, as personagens femininas não se rivalizam e cada qual tem seu potencial, no entanto... A militância cai por terra no momento em que a autora faz de Renee uma jogadora patética apenas para aumentar as habilidade de Andrew. Há um momento em que a autora tenta justificar essa queda de rendimento da jogadora, mas a justificativa não desce. Da pena da personagem. Em dois livros nós, leitores, já sabíamos que Andrew tinha uma capacidade fora do comum então não havia motivos da personagem mulher ser tão má aproveitada por causa de um homem.

A evolução de Kevin. (Ponto negativo)
Ele não evolui, é simples. Kevin continua sendo o mesmo o livro todo, não há crescimento. Só no penúltimo, o penúltimo, fuck penúltimo capítulo o personagem sofre uma mudança drástica, forçada por sinal. Não tenho nem muitas palavras sobre isso, Kevin é a maior decepção do livro.

O final previsível que todo mundo esperava. (Ponto positivo)
O enredo tinha dois rumos a ser tomados: um mais sombrio e dramático ou previsível e otimista. Nesse caso, ter optado pelo previsível foi um acerto da autora, a meu ver. Nós acompanhamos as Raposas passar por todos os tipos de situações desesperadoras ao longo da trilogia e isso criou uma expectativa otimista para o final. Tudo que eu e as pessoas que comentaram depois de ler os capítulos esperávamos era o final da forma que aconteceu. TKM já vinha de um final sombrio em TRK, então a autora foi mais soft e focou mais na relação entre as Raposas e menos na violência.

Epílogo aleatório. (Ponto negativo)
The King’s Men se encerra de forma satisfatória e ainda dá uma lição de moral: o que vai volta e volta em dobro. Quando digo “satisfatória” me refiro até o capítulo final, epílogo não incluso. O epílogo é um balde de água fria, a autora resolveu todos os problemas com a mesma fórmula forma. Riko foi o tipo de antagonista que merecia um purgatório, enxergar tudo que ele conquistou desmoronar, mas a autora resolveu poupara o antagonista dessa dor e lhe deu um final bem melhor do que ele merecia.


The King’s Men nem de longe é o melhor livro da trilogia, esse título fica para The Raven King, no entanto ele entrega tudo o que os leitores esperavam para o final dessa história. Para quem esperava o desabrochar do relacionamento entre Neil e Andrew, vocês vão surtar com os momentos dramáticos, divertidos e de sexo (não descritivo, não muito). The King’s Men é um verdadeiro fã service.


5 Comentários

  1. Eu amei, amei e amei esse livro... Sobre o Kevin, você resumiu ele da melhor forma possível, eu já não gostava do personagem, mas essa falta de desenvolvimento dele não ajudou nada.
    Sobre as cenas de Andriel, eu também acho que foi repentina... Meio súbita por assim dizer, mas ainda necessário do meu ponto de vista, mas também dá a entender que a Nora passa de um livro de adolescentes ferrados pra um romance de adolescentes ferrados. Acredito que aqueles momentos que você citou serem dispensáveis, poderiam ter ciso usados para enredar melhor o relacionamento do Andrew e do Neil, dando mais naturalidade ao ocorrido... Porque do jeito que foi feito, a gente fica igual a Alison fica o livro todo "querendo saber quando "isso" aconteceu".
    Obrigada pelo empenho nas traduções!!!!!
    ♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️

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    1. Andriel tomou proporções maiores que o esperado, tenho quase certeza que teve interferência dos fãs americanos. Bastou o Andrew dizer que queria chupar o garoto que o Neil ficou logo interessado em ter um relacionamento. 😂😂😂 Fiquei até pensativo "mas tu vai querer ele por causa de um boquete?" A autora até tenta justificar a sexualidade do Neil com o papinho de "área cinza" para dizer que o Neil era demissexual.

      Foi um livro construído muito nas expectativas dos fãs, não tem nenhuma surpresa, tudo que nós queríamos acontece só faltou a autora lembrar do backstory.

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  2. Gostei bastante dessa resenha...

    Essa trilogia é a minha preferida! E de alguma forma eu entendi o que você quis dizer com as críticas a esse terceiro livro, vendo que pra mim tinha alguma coisa alí que eu não conseguia enxergar, tipo eu amo tanto o terceiro livro, mas tudo o que eu consigo dizer sobre ele é o relacionamento dos protagonistas :V
    Esperado.

    Em questão de conteúdo, os dois primeiros livros foram perfeitos, me prenderam do início ao fim.

    Acho que eu terminei o terceiro livro esperando algo mais, confesso, apesar de achar o final bem fechadinho... E aí vem o Epílogo :'V foi um baque...

    Eu de fato não tinha percebido essa tirada da Renee de cena para o engrandecimento do Andrew, mas lendo com cuidado ela com certeza tá lá. O que me deixa muito triste, as personagens femininas são tão perfeitas.

    Meus livros preferidos da vida, obrigada por disponibilizá-los <3 <3 <3

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  3. Vc sabe em q ano se passa a história ???
    Fazia muiiiito tempo q um livro não prendia esse livro me amarrou e me bateu e tô amando mil vezes obrigadaaa por traduzir essa maravilha eu espero q ele venha logo pro Brasil pq eu com toda certeza vou dar todo o meu dinheiro nele

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    1. Não sei! Acredito que deve se passar lá pela data de lançamento do primeiro livro.

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