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Resenha: Pestilência (Laura Thalassa)

Leia a resenha literária do livro Pestilência da autora Laura Thalassa no Thicoss. Pestilência é o primeiro livro da seríe Os Quatros Cavaleiros que esté sendo lançado pele editora ,Cabana Vermelha.

A mocinha com sindrome de estocolmo ataca novamente!
Pestilência - Os Quatros Cavaleiros #1
Laura Thalassa
Cabana Vermelha

Sinopse: Eles vieram para a Terra — Peste, Guerra, Fome e Morte — quatro cavaleiros em seus corcéis que gritavam, correndo para os quatros cantos do mundo. Quatro cavaleiros com o poder de destruir toda a humanidade. Vieram à Terra para acabar com todos nós.

Quando Peste chega à cidade de Sara Burn, uma coisa é certa: todos que ela conhece e ama estão marcados para morrer. A menos, é claro, que o cavaleiro de aparência angelical seja impedido, o que é exatamente o que Sara tem em mente quando dispara contra a fera profana em seu corcel.
Pena que ninguém lhe disse que não se pode matar a Peste.

Agora o cavaleiro, muito vivo e irritado, a fez prisioneira e está ansioso para fazê-la sofrer. Porém, quanto mais tempo passa com ele, mais incerta se sente sobre seus verdadeiros sentimentos em relação a ela... e dela em relação a ele.

E agora, bom, Sara ainda pode salvar o mundo, mas para fazer isso, precisará sacrificar seu coração no processo.

Eu realmente não sou fã de romances, por causa de alguns estereótipos irritantes dos casais protagonistas, principalmente se o casal for hétero (nada contra, tenho até amigos que são)... No entanto, o que me chamou atenção para ler Pestilence foi o uso da mitologia cristã. Principalmente relacionado ao mais assustador dos livros da Bíblia, o livro de Apocalipse.

Confesso que foi um pouco decepcionante, além do romance eu esperava um pouco de desenvolvimento da mitologia que a autora usou de base e a criada por ela, coisa que é rasa e empurrada com a bunda ao longo da narrativa. Mesmo assim Pestilence foi uma divertida leitura durante quarentena.

O casal: O ponto positivo do livro são os protagonistas, com minhas ressalvas. Sara ao longo de sua jornada de prisioneira vai tentando, de algumas formas, abrir a mente fechada do antagonista, Peste, em relação à humanidade. Peste visivelmente tem a cabeça bem programada para ter repulsa dos humanos, ele tem sempre algum comentário clichê sobre a natureza cruel e depravada dos humanos, que são os motivos de espalhar a peste. A autora aborda esses assuntos para que o leitor faça algum questionamento, mas são comentários pontuais e rasos, sem desenvolvimento, criam mais uma tensão romântica ou cômica entre os personagens do que qualquer pensamento crítico. Dei algumas risadas com as conversas desses dois, com a forma deles interagir verbalmente, tem sempre uma pontada de ironia e sarcasmo. A cena da torta é hilária, eu teria feito um barraco. A da igreja não perde também.

***

As Ressalvas: Sara tem Síndrome de Estocolmo, eu acho. Ela sofre tortura, é perfurada, fica com as mãos em carne viva, mas nada disso parece grande coisa quando ela tá com peste. (Ok ele me deu uma flechada no bucho, mas ele é tão lindo.) Beleved? Eu esperava que ela tivesse tanta repulsa por ele quanto ele sente pelos humanos, e que isso fosse diminuindo com forme eles fossem se conhecendo, mas não. A Sara fica atraída pelo Peste dês de que tenta matar ele, no início do livro. Ele é prisioneira e está atraída pelo seu carcereiro. É isso.
Outra coisa, a forma como o luto foi tratado em um determinado momento. Em uma cena Sara tá muito triste porque alguém próximo morreu de peste, alguns blocos de texto depois da tristeza a garota tá pegando no pau do Peste. Minha filha? Isso quebrou todo o clima de melancólico de uma história em que metade da humanidade está apodrecendo de um vírus criado por Deus.

Outra coisa, a forma como o luto foi tratado em um determinado momento. Em uma cena Sara tá muito triste porque alguém próximo morreu de peste, alguns blocos de texto depois da tristeza a garota tá pegando no pau do Peste. Minha filha? Isso quebrou todo o clima de melancólico de uma história em que metade da humanidade está apodrecendo de um vírus criado por Deus.


A Peste: Chamada de Febre Messiânica, é o vírus que Peste espalha pelo planeta montado em seu cavalo causando uma pandemia mundial que provoca quarentenas, evacuações de cidades, mortes em grandes escala, um verdadeiro caos mundial.

Foi interessante essa parte, uma vez que li esse livro no inicio da quarentena antes de eu ser infectado por corona vírus. No entanto a forma como a doença foi desenvolvida me decepcionou por ser muito fantasiosa, preferia mais realismo talvez por estarmos passando por algo parecido.

A peste é desenvolvida de forma insatisfatória, é uma doença que não deixa sobreviventes, a autora deixa claro que tem 100% de letalidade e controlada pelo Peste. O que soa contraditório, pois a humanidade sabe a proveniência do vírus, a letalidade, a forma mágica como se espalha, então porque ainda há pessoas indo a hospitais?! Os médicos também não estariam doentes? Essa forma mágica da doença não me agradou e muito menos como ela se resolve.

Alguém já assistiu o filme “Detetive Pikachu”? Viu a forma infantil e rápida que foi resolvido o plot? É assim mesmo em Pestilence, tão rápido e tão simples. Tem mais observações que gostaria de expor, mas essa resenha ficaria muito extensa.

***

Fato Cômico: Algo que eu achei particularmente engraçado na história é que todo mundo sabe da existência de Deus que mandou seus cavaleiros para acabar com os humanos... Mas ninguém liga para Deus ou religião, todo mundo só quer matar o coitado do Peste e acabar com o vírus. Ri muito. Não há nenhuma consideração por Deus e seu plano... Tipo, hello isso aqui é o apocalipse bíblico???

Sei que muitas pessoas vão adorar esse romance sobrenatural por causa do casal que Sara e Peste formam, mas para mim um livro vai muito além de um casal. É uma série que eu pretendo continuar, pois gostei dos personagens (cadelizei), espero que envolva mais mitologia cristã nos próximos. É claro que as histórias dos irmãos cavaleiros vai se conectar, e esse primeiro livro já deixa algumas teorias para o final da série, isso considerando um final bíblico.

Pestilência vale o entretenimento, apenas isso.

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