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The King's Men - Capítulo Seis [Página 1]


TRADUÇÃO: THIAGO
REVISÃO: THIAGO

Os Corvos comentaram os insultos de Neil com indelicadeza velada. Seu único comentário oficial sobre o assunto foi que eles não se importariam com o que um amador linguarudo tinha a dizer sobre eles. Neil ficou um pouco surpreso por eles terem parado ali, e não terem zombado de seu desempenho meia-boca em dezembro. Tardiamente, ele percebera que eles não poderiam jogá-lo na frente de um ônibus quando estivesse de volta à Carolina do Sul com o numero de Riko tatuado em seu rosto. Um fato como esse acabaria com o mérito estimado de Riko. Neil foi para a cama sentindo-se mais do que um pouco presunçoso.

Os fãs foram menos tolerantes e sua retaliação começou antes do amanhecer de sábado.

Batidas na porta assustaram Neil de seu sono. Ele olhou primeiro para o relógio, depois para janela e esfregou a mão nos olhos cansados. As batidas cessaram, mas o telefone de Matt começou a tocar alguns segundos depois. Matt rolou e cegamente deu uma palmada desligando o celular. As batidas recomeçaram, então Neil pendurou as pernas para fora da cama e desceu a escada.

As vozes no corredor eram altas o suficiente para atravessar a porta, abafadas, mas zangadas. Neil não reconheceu nenhuma, mas quando abriu a porta definitivamente ouviu a palavra "polícia". Neil abriu a boca para perguntar o que estava acontecendo, mas Dan passou por ele assim que conseguiu atravessar a porta. Neil observou-a ir direto para o quarto, depois se inclinou para olhar o corredor.

Portas foram abertas pelo corredor, mas só alguns atletas pararam para questionar uns aos outros. O resto se dirigia para a escadaria como se suas vidas dependessem disso.

Neil fechou a porta e foi atrás de Dan. Ela sacudia Matt tentando acordá-lo, quando Neil entrou ela falava: – ...destruíram os carros.

Matt rolou para fora da cama em um piscar de olhos. Neil subiu em sua escada o suficiente para pegar suas chaves debaixo do travesseiro. Matt diminuiu a velocidade tempo o suficiente para colocar uma jaqueta sobre as calças do pijama e calçar os sapatos. Ele bateu nos bolsos da jaqueta até que suas chaves soaram em resposta. Quando Neil encontrou seus sapatos, Matt já tinha ido embora com Dan logo atrás. Neil trancou a porta e correu atrás deles, alcançando a escadaria. Matt pulou os últimos degraus e voou pesadamente sobre a porta dos fundos.

Neil não sabia o que era pior: a visão ou o cheiro. Uma camada de carne crua, ovos quebrados e pedras cobriam o estacionamento e prendiam-se nos carros dos atletas. Alguns carros tinham amassados e arranhões; outros tinham rachaduras e buracos nas janelas e para-brisas. Atletas enfurecidos encheram o estacionamento, metade falando em seus telefones, outros, furiosos com o estado atual de seus veículos. Alguém já tinha entrado para pegar um balde, e ela já recolhias os pedaços de carne fora de seu capô. Carros da patrulha do campus entraram em cena, com uma dúzia de policiais colhendo depoimentos e tirando fotos.

Qualquer pensamento de que não havia sido sua culpa, morreu quando Neil viu a caminhonete de Matt. Alguém tirou um tempinho extra para destruí-lo. Todas as janelas haviam sido esvaziadas, deixando apenas pontas brilhantes de vidro ao redor. Os pneus foram esvaziados com selvageria. Novos amassados foram feitos na lataria com a mesma ferramenta usada nas janelas. O carro de Allison estava na mesma situação desoladora do que o de Matt. Ela estava do lado da caminhonete, braços cruzados sobre o peito e seu rosto, uma máscara de ferro séria. Ela olhou para a aproximação deles, seguiu o olhar vazio de Matt para sua caminhonete, e deu um curto e duro olhar para Neil.

– Oh, inferno –, disse Matt em um tom sufocado. Ele estendeu a mão para toca-lo, mas recuou, não querendo realmente tocar na bagunça. – Como ninguém ouviu?

– Por fim, eles salvaram as janelas –, disse Allison. Ela empurrou o queixo para indicar os rapazes que estavam do outro lado. – Paris chamou a polícia quando ouviu o vidro quebrar, mas ele não conseguiu descer aqui rápido o suficiente para ver qualquer rosto. Apenas um monte de carros saindo daqui, ele disse. Pelo menos uns quatro, talvez cinco.

– Ai, Jesus. – Matt fez outro movimento para longe da caminhonete, depois resolveu passar as mãos pelos cabelos. Dan se pressionou contra sua costa e passou os braços ao redor dele. Ele segurou firme nos pulsos dela. – Nós vamos passar por isso de novo?

– Sinto muito –, disse Neil.

Allison entortou o lábio para ele com desprezo.

– Cale a boca. Você não sente nada. Não sente –, ela insistiu quando Neil abriu a boca para argumentar. Soava menos como uma acusação e mais como uma ordem, então Neil relutantemente se acalmou. – Você se esqueceu de quem teve que maquia-lo todas as manhãs? Se ontem você deixasse ele o machucá-lo, depois de todo o mau feito a você –, ela ergueu os dedos para o próprio rosto, – Eu te odiaria.

– Foi apenas a verdade –, disse Dan. – Não é sua culpa que eles não tenham gostado.

– Eu não quero que revidem em vocês –, esclareceu Neil.

– Tarde demais para isso agora. Mas seja o que for –, disse Allison. Era um gesto nobre, mas Neil ainda podia ver a raiva em cada caminho tenso enquanto inspecionava seu carro novamente. – Eles quebraram meu brinquedinho? E daí? Eu vou comprar outro. Talvez eu compre dois. Foda-se eles se pensam que isso vai me afetar.

– Ei –, disse Matt, baixo, mas urgente.

Neil seguiu o movimento nada sutil do queixo até a porta dos fundos. Aparentemente, era o trabalho de Renee dar a notícia a Andrew, porque Renee agora estava trazendo Andrew pelos degraus para o meio do caos. O carro de Andrew estava algumas filas mais ao fundo do estacionamento, mas Andrew seguiu Renee até os veteranos primeiro. Andrew parou ao lado de Neil para inspecionar o dano. Neil, por sua vez, estudou sua expressão, mas não havia nada para ver. Andrew pareceu tão impressionado com isso quanto com todo o resto.

Renee passou um braço por Allison e apertou a mão dela.

– Eu sinto Muito.

– Alguém já chamou Treinador? – perguntou Neil.

– Ele nos ligou –, disse Dan. – Os policiais estão notificando todos os treinadores e os chamando aqui para ajudar a nos vigiar. Ele deve estar aqui a qualquer momento.

Andrew cantarolou, se virou e partiu. Allison cutucou Renée em silenciosa permissão para largá-la por Andrew, mas Renee olhou por cima do ombro em direção a Neil. Neil assentiu e foi atrás de Andrew. Ele só tinha estado ali alguns minutos, mas a multidão no estacionamento tinha triplicado de tamanho nesse meio tempo. Apesar do apoio ácido de Allison, Neil não conseguia olhar mais ninguém no rosto. Esses atletas não tinham feito nada para receber a retaliação dos Corvos. Eles eram danos colaterais, sofrendo agora porque Neil não conseguia manter a boca fechada.

Nunca havia o incomodado antes. O cuidado com as Raposas foi inesperado, mas facilmente explicado devido à longa exposição. Sentir-se culpado pelos infortúnios desses estranhos era novo e desconfortável. Cada voz estridente era uma facada nos nervos de Neil e ele odiava isso. Felizmente, ou não, chegaram ao carro de Andrew e Neil pôde parar de pensar em todos os outros por um minuto. Neil tirou os olhos do asfalto quando Andrew parou de caminhar, sua boca se abriu em silenciosa descrença.

A torcida dos Corvos não tinha parado nos pneus e janelas do veiculo de Andrew, e eles não haviam se contentado em coisas simples. Parecia que tinham amassado a lataria com uma marreta, batendo em crateras profundas ao longo de todo veículo. Spray vermelha sobre o que restara do capô estragado dizia “Traidor”. Os assentos dianteiros estavam retalhados, assim como os traseiros, tão quanto as facas dos vândalos podiam alcançar através das janelas inexistentes. Alguém havia rasgado sacos de compostagem orgânica no banco de trás; tudo, desde restos de comida até filtros de café e ossos de galinha, estavam empilhados com um pé de profundidade nos assentos. No topo da montanha fedorenta havia uma raposa morta.

Um gemido angustiado tirou Neil de seu choque. Ele lançou um rápido olhar para a esquerda e viu Nicky aparecer com Aaron e Kevin. Nicky parecia arrasado ao perceber o estado miserável do carro; Aaron parecia à beira de um ataque. Kevin passou a mão sobre o nariz e boca, bloqueando o cheiro, mas seus olhos verdes estavam arregalados. Levou apenas um momento para notar a atenção de Neil, e o olhar que ele enviou a Neil gritava: “Eu te avisei”. Neil cerrou os dentes e desviou o olhar.

Nicky tropeçou em direção ao carro e pressionou as mãos trêmulas no capô disforme.

– Não, não, não –, choramingou ele com ar de piedade. – O que fizeram com você, coração? O que fize... isso é um animal morto? Ai, Jesus, Aaron, tem um animal morto no nosso carro. Eu vou vomitar.

Aaron se aproximou, inclinou-se para olhar o interior. Ele praguejou ao ver a cena que lhe esperava e foi rápido em recuar. Dobrou o braço sobre o rosto escondendo o nariz enquanto dava uma outra espiada no carro, depois encarou Neil. Neil sabia o que viria antes que Aaron baixasse o braço para falar.

– Você tinha que abrir a boca, não é?

– Sinto muito –, lamentou. – Eu pensei que ele viria para cima de mim. Não pensei que revidariam em vocês.

– Claro –, disparou Aaron, maliciosamente. – Seth seria um caso isolado, então?

Neil se encolheu tanto que recuou um passo. Ele abriu a boca para argumentar, mas não conseguiu se defender contra uma acusação como essa.

Acabou que ele nem precisou.

Ele não tinha percebido que os veteranos haviam se aproximado para dar uma olhada, entretanto, Allison passou por Neil em um piscar de olhos e deu um tapa em Aaron, forte o suficiente para quase derrubá-lo. Ela daria outro, exceto que Andrew se moveu como um raio. Ele agarrou o pulso de Allison, colocando o braço dela contra as costas e dando uma torção violenta para colocá-la de joelhos. Quando ela caiu, a outra mão se aproximou e agarrou sua nuca. A pegada forçou a cabeça dela para baixo, lhe impedindo de se levantar novamente. Allison tentou dizer alguma coisa, mas conseguiu apenas um som estrangulado sob o aperto feroz.

Renee foi quase tão rápida; Talvez ela tenha começado a se mover ao perceber que Allison estava indo para atingir Aaron. Ela não perdeu seu tempo atacando Andrew, ela se jogou sobre a forma caída de Allison. Ela colocou os braços ao redor de Allison, em conforto e apoio ou um aviso feroz para ficar parada, e olhou para o rosto inexpressivo de Andrew.

Em algum lugar atrás deles alguém gritava “Who, Who”, ao notar a breve abriga, porém cruel, no entanto Neil estava mais ciente do insistente silêncio de Renee, – Andrew, é só a Allison. Tudo bem? É só a Allison.

– Ela deixa de ser “só” alguém quando coloca a mão no que é meu –, disse Andrew. – Solte.

– Você sabe que eu não vou –, disparou Renee. – Você me disse para defendê-los.

– Você falhou –, replicou Andrew. – Deveria ter sido mais rápida.

– Porra, Andrew –, disse Matt, com uma ferocidade que parecia mais medo do que raiva. Matt parecia que ficar parado estava o matando. Neil ficou feliz por esse autocontrole; Não havia como dizer o que Andrew faria se Matt o desafiasse agora.

Dan ficou pálida e congelada ao lado de Matt, seus olhos arregalados em Allison. Nicky estava muito assustado para tomar partido de Andrew, então ele lentamente caiu de joelhos e deslizou a mão pelo asfalto. Ele enrolou os dedos ao redor de Allison e apertou a mão dela. Neil olhou para Kevin, que continuava como pedra, depois para Aaron. A expressão de Aaron estava dividida, uma mistura pesada de indignação por Allison e medo do que seu irmão poderia fazer. Neil não sabia de que lado ele estava, mas Neil não podia confiar nele para intervir.

– Andrew –, disse Renee. – A devolva para mim.

Eles estavam chamando muita atenção agora. Em algum momento, alguém interviria, uma vez que as Raposas nada faziam, e Andrew reagiria a essa ameaça da pior maneira possível. Neil tinha, talvez, dez segundos para fazer isso do jeito correto e não tinha ideia por onde começar. Andrew não hesitaria em machucar Allison, então Neil não podia exatamente apelar para sua melhor natureza. Da última vez em que Andrew esteve prestes a matar alguém, Neil usara Kevin como uma distração. Isso não funcionaria desta vez, mas talvez – Neil hesitou, depois desistiu de pensar duas vezes.

– Já basta –, disse ele em alemão. Ele estava perto o suficiente para agarrar Andrew, mas Andrew tinha avisado que não gostava de ser tocado. Ele estendeu a mão sobre a cabeça de Renee e esperou que Andrew lhe desse um olhar interrogativo. Satisfeito por ter a atenção de Andrew, Neil repetiu: – Já basta, Andrew.

– Não é você que decidi isso.

– Se machucá-la, você vai nos desqualifica –, disse Neil. – O CRE não nos deixa jogar com oito pessoas.

– Sua obstinação é tão repugnante, como sempre.

– Você prometeu –, insistiu Neil, esfregando aquela verdade na cara de Andrew. – Você disse que pararia de renegá-los. Você disse que cooperaria, pelo menos até que nós destruíssemos os Corvos nas finais. Você estava mentindo para mim?

– Eu não prometi isso –, retrucou Andrew.

– Você prometeu me proteger esse ano –, prosseguiu Neil, – e eu te disse onde queria chegar. Nessa altura do campeonato é tudo a mesma coisa, queira você ou não. Então, vai me proteger ou não? Andrew? – Neil insistiu, uma vez que Andrew não respondeu rapidamente. – Olhe para mim.

Os lábios de Andrew se contraíram violentamente, uma expressão reprimida à força, e ele finalmente olhou para cima. A raiva embutida em seu olhar quase tirou o fôlego de Neil. O rápido choque foi um raio de vitória. Andrew tinha voltado do Easthaven há quase duas semanas, e esse foi o primeiro sinal de que havia algo real acontecendo por trás daquela mascara inexpressiva. Neil teria preferido ver o verdadeiro Andrew em circunstâncias mais seguras, porem saber que ele poderia ser alcançado era um alívio desesperado.

– Vá à merda –, disse Andrew.

A resposta afiada em sua voz fez todos os pelos nos braços de Neil ficar em pé. Neil sustentou o olhar de Andrew, em silêncio, desafiado tamanha raiva voltar-se contra si, em vez de Allison.

– Vai ou não? – indagou Neil novamente.

– Também fiz uma promessa a ele –, disse Andrew. – Não vou quebra essa promessa para manter a sua.

Neil não entendeu, mas Aaron finalmente surpreendeu-se ao tomar um lado.

– Andrew, já Che... – ele hesitou, e Neil desejou ousar em desviar o olhar de Andrew para analisar a expressão de Aaron. Qualquer indício de raiva desaparecera da voz de Aaron; ele parecia quase perdido. Andrew não olhou para ele, mas a leve inclinação de sua cabeça para Aaron dizia que ele estava ouvindo. – Não, Andrew. Não. Está tudo bem. Eu estou bem. Nem doeu.

Neil guardou essa informação para perguntar mais tarde, com medo de já saber a resposta. Ele esperava estar errado, porque se descobrisse que Aaron era realmente tão idiota, ele provavelmente sufocaria sua vida de vez.

Andrew olhou para Neil, por outro momento interminável, então relaxou o aperto no pescoço de Allison, deixando-a desmoronar, ofegante, caída no asfalto. Com a ameaça imediata fora do caminho, Neil esperava retaliação vinda de Dan ou Matt. Ele estendeu a mão na direção deles para avisá-los, apenas para o caso. Ele não poderia detê-los, se eles realmente quisessem passar por ele, mas, felizmente, eles obedeceram a sua ordem silenciosa para permanecerem parados.

A seus pés, Renee sussurrou palavras tranquilizadoras abafadas contra o cabelo de Allison. A resposta de Allison foi rouca demais para soar inteligível, mas ela deixou Renee ajudá-la a se levantar. Renee a distanciou, guiando-a em direção a Dan e Matt. Eles foram rápidos em tomá-la em seus braços, segurando-a entre eles.

Renee se afastou um pouco, formando uma barreira tranquila, porem, física, entre os veteranos e Andrew. Neil arriscou um olhar para Aaron. Aaron olhava Andrew como se nunca o tivesse visto antes.

Quando Dan teve certeza de que Allison estava bem, lançou em Andrew um olhar que deveria ter arrancada a pele dele. – Seu idiota. Você poderia ter a machucado seriamente!

– Você não tem o direito de fingir surpresa –, replicou Andrew. A fúria desaparecera de seus olhos; sua expressão estava vazia novamente e seus ombros relaxados. Parecia entediado novamente, como se nada tivesse acontecido ou importasse. – Já é a segunda vez em poucas semanas que um de vocês se esquece. Deveriam ter aprendido a lição da primeira vez. Vocês não deveriam se ofender quando instigam minha mão.

– Não vem...

Uma voz estrondosa cortou Dan.

– Mas que porra está acontecendo aqui?

O coração de Neil quase fez um buraco em suas costelas. Ele estava tão concentrado em Andrew que não ouvira a abordagem de Wymack. Ele lançou um olhar sobre o ombro, mas teve que desviar o olhar de raiva no rosto de Wymack. Wymack varreu a equipe em um olhar, e esperou que eles se recuperassem do susto. Dan foi a primeira a encontrar sua voz novamente.

– Nada –, disse ela, uma mentira quentinha e óbvia. – Apenas repensando em todas as vezes que defendemos nossa decisão de não recrutar os monstros.

– Hei –, protestou Nicky, muito desconfortável para parecer ofendido. Ele estremeceu quando Dan o olhou com raiva, mas insistiu: – Andrew pode ter exagerado, mas ele tá certo. Ela que começou.

– Nem venha querer justificar –, disse Matt. – Não se revida um tapa com o pescoço quebrado.

– De onde você vem, talvez não –, retrucou Andrew.

– O mundo real? – disse Matt, carregado de sarcasmo.

– Não –, respondeu Andrew, com calma, Neil não acreditou por um segundo. Andrew bateu seu dedo indicador sobre os lábios duas vezes, alertando Matt para se calar, e apontou para ele. – Um burguesinho como você nunca viu o mundo real. Não fale como se você entendesse.

– Chega –, disse Wymack, e estalou os dedos para os veteranos. – Onde vocês tinham estacionado?

Dan gesticulou por cima do ombro, irritada demais para responder em voz alta.

Wymack apontou com o polegar.

– Vão e esperem ao lado de seus carros. Eu estarei lá em dois segundos. Vão, eu já disse. – Ele esperou até que eles se espremessem entre os carros voltando para seus veículos, depois, lançou um olhar raivoso para Andrew. Seu olhar pousou em Neil por último. – Ninguém respondeu à minha pergunta. Que porra está acontecendo aqui?

Não havia sentido em mentir quando os veteranos contariam tudo a Wymack, então Neil resumiu tudo da maneira mais sucinta possível.

– Allison bateu em Aaron, então Andrew revidou.

Wymack fechou os olhos e apertou a ponte do seu nariz. Ele estava obviamente tentando não atacá-los, não querendo reacender uma situação horrível, mas demorou uma eternidade antes que ele soltasse a mão.

– Andrew, nós vamos falar sobre isso. Não, eu vou falar e você vai ouvir. Hoje, mas não agora. Depois que o resto desse caos for resolvido. Você entende? – Wymack deu há Andrew um minuto para aceitar e depois disse: – Eu não ouvi você.

– Você vai falar, eu vou ouvir –, disse Andrew, e até mesmo Neil não tinha certeza se ele estava concordando ou resumindo as exigências de Wymack.

– Vou vê-los –, disse Wymack. – Volto já. Quando eu voltar, vamos nos concentrar no verdadeiro problema e no verdadeiro inimigo. Fui claro?

– Cristalino –, replicou Nicky, baixinho.

– Sim, treinador –, respondeu Neil.



9 Comentários

  1. Eu quase enlouqueci esperando esse cap

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    1. E eu traduzindo a parte que o Andrew quase quebra o pescoço da Allison. 👊🏽👊🏽

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  2. Me sentindo realizada aqui com o capítulo
    Obrigada por traduzir ❤️

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    1. Ahhh de nada, amore, são os comentários que me dão força de vontade para continuar. 😻💅🏽

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  3. Neil como sempre investigando e descobrindo os segredos dos outros. Porém não gosta que os outros descubra os dele. Mas não julgo ele, pois eu estaria fazendo a mesma coisa kkkkkkkkk

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  4. Anônimo31 julho

    OBRIGADA POR TRADUZIR!!! Você vai continuar não é? Não vejo a hora de ler os próximos capítulos

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  5. Aaaaa eu amo meis bebês!


    ~obg pela tradução incrível!♡

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  6. Edgar Allan... Corvo, Edgar Allan Poe. Como só percebi isto agora pqp.

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    1. Eu só fui fazer essa ligação lá no meio do segundo livro.

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