Imagem da capa

Imagem da capa

The King's Men - Capítulo Sete [Página 2]


Kevin reclamou da discórdia desenfreada durante quarenta minutos do treino vespertino, em seguida, desistiu de repreender seus companheiros e contornou Neil para dizer:

– Se nosso jogo for para o lixo por você não conseguir manter essa boca fechada... – ele não terminou a ameaça, supondo que Neil poderia preencher o espaço em branco sozinho. Sua expressão enfureceu-se quando Neil acenou para ele em rejeição. – Não é hora para o seu chilique. Pare de causar problemas desnecessários antes de arruinar qualquer outra coisa.

Neil ponderou todas as respostas possíveis e se estabeleceu na mais simples:

– Vá se foder.

Kevin empurrou-o como se pudesse enfiar juízo na cabeça Neil. Neil o empurrou de volta com toda força, jogando Kevin contra Matt. Felizmente, Matt estava observando a breve discussão. O garoto cambaleou com o peso repentino de Kevin, mas não caiu, o agarrando para impedi-lo de ir atrás de Neil. Neil apontou sua raquete para Kevin em ameaça e caminhou para a meia área. Ele sabia que Kevin tentara segui-lo, porque ouviu o alerta feroz de Matt para parar com isso. Quando Neil chegou à linha da meia área, Dan já tinha se envolvido. Demorou vários minutos de ameaças calorosas para acalmar Kevin, mas a paz questionável só instalou-se quando Kevin e Neil recorreram a ignorar um ao outro.

Assim que foram liberados para um intervalo, Neil foi ao vestiário para se hidratar. Wymack seguiu-o ficando no meio da porta dos fundos. Colocou as mãos nos quadris e olhou para Neil do outro lado da sala.

 – Estou realmente interessado em saber como isso passou de uma disputa entre nós e eles –Corvos– para uma guerra generalizada –, disse Wymack. – Opiniões alheias dizem que a culpa é sua. Isso é verdade?

– Eu tinha boas intenções –, respondeu Neil.

 – Pouco me importa sobre quais eram suas intenções –, esclareceu Wymack.  – Não podemos nos dar ao luxo de perder o jogo de sexta-feira, não depois do que eles fizeram com a gente e especialmente depois da declaração do treinador Moriyama. Não sei se você notou, mas nós não estamos exatamente em condições de ganhar agora.

– Eu sei –, replicou Neil. – Desculpe pelo tempo perdido causado esse climão, mas não me arrependo de nada do que disse. 

– Não quero suas desculpas. Quero que isso seja corrigido o quanto antes – Wymack deixou claro.

– Sim, treinador.

Neil partiu em direção a porta, para retornar ao pátio interno, mas Wymack colocou um braço para impedi-lo e disse:

– Falando em tempo, como anda seu relógio biológico? Conseguiu redefinir um novo cronograma?

– Não tanto quanto todos eles conseguiram –, respondeu Neil. – Não estou sozinho o suficiente para me perder.

 – Ótimo –, disse Wymack. – Agora vamos lá. Vamos ver se conseguimos salvar essa bagunça.

Neil o seguiu de volta ao pátio interno. Seus companheiros de equipe tinham se dispersado em sua curta ausência. Matt, Dan, e Allison sentaram-se em um dos bancos das Vixens. Kevin estava sozinho perto do muro de acrílico, com a prancheta de Wymack em mãos, e vasculhando as observações do dia. Nicky sentou-se nos degraus que levavam para as arquibancadas, e Neil avistou Aaron por cerca de vinte fileiras acima. Andrew e Renee faziam suas voltas habituais em torno do pátio interno, e não tinham ido muito longe.

Neil não queria lidar com ninguém ainda, então correu atrás dos goleiros. Renee avistou-o quando eles contornaram a primeira curva e fez sinal para Andrew esperar. Neil tinha desculpas prontas se perguntassem por que ele estava invadindo seu espaço, mas Renee saudou sua chegada com um sorriso brilhante e Andrew o aceitou com um olhar indiferente. Eles partiram novamente em um ritmo lento, logo que Neil os alcançou.

Neil indagou-se sobre o que os dois falavam quando estavam longe de todos os outros. A última coisa que ele esperava era que estivessem discutindo Exy. Renee queria mudar os turnos que eles revezaram, pois agora Andrew não estava limitado por sua abstinência. Seus adversários ficariam mais desafiadores a cada semana e Andrew era o goleiro mais forte. Ela queria que ele compensasse no segundo tempo, quando seus companheiros ficassem mais cansados. Andrew aceitou sua sugestão sem discutir, e Renee seguiu a diante.

O que começara como uma conversa normal rapidamente fugiu do controle, e Neil não tinha ideia de como eles fugiram do assunto sobre as construções mais distantes do campus para chegar ao provável estopim para a terceira guerra mundial. Tinha de haver uma correlação entre os dois, mas por mais que ele se esforçasse, não conseguia encontrar um. Porventura, ele desistiu, porque tentar entender o salto de raciocínio significava que ele não conseguia realmente ouvir os seus argumentos. Renee esperava que o estopim fosse os recursos naturais, em particular, a escassez de água, enquanto Andrew estava convencido de que o governo Americano se envolveria em um conflito errado e desempenharia uma retaliação cruel. Não havia tempo suficiente para que um deles vencesse o outro, e já que Neil não faria o desempate, eles deixaram o debate para outro dia.

Wymack chamou sua equipe para o banco para reiniciar o treino com uma conversa empolgada e estimulante. Primeiro conversou com os veteranos. Quando os jogou na quadra para treinarem, Dan engoliu seu ressentimento o suficiente para puxar Aaron e Nicky de lado. Ela e Matt tinham algumas ideias para os defensores tentarem, então eles fizeram uma reunião improvisada na linha do primeiro-quarto. Aaron só ouviu por obrigação, mas nem olhou para Dan e nem disse nada.

****

Terça-feira foi fracionariamente melhor, e isso apenas porque o grupo de Dan estava fazendo um esforço ativo para serem cordiais com todos. Aaron foi duro quanto a tal atuação, Nicky agarrou-se desesperadamente a qualquer indício de calor humano que pudesse sentir, e Andrew era a indiferença habitual.

Kevin passou uma hora cuspindo rancor sob os primos, em seguida, dirigiu toda a sua energia furiosa em chibatar os veteranos em forma. Poupou apenas algumas palavras cáusticas para Neil, e Neil não desperdiçou saliva retrucando Kevin.

Quando Wymack dispensou-os para uma pausa, Andrew imediatamente partiu contornando a parede da quadra. Renee olhou para o Neil. Neil não tinha certeza se era um convite até voltar-se para ela, e assim, recebendo um sorriso de aprovação. Ele estava ciente de que estavam atraindo a atenção quando partiram atrás de Andrew, mas Neil não olhou diretamente para ninguém. Havia uma boa chance de os outros não o quererem saindo com os goleiros, e não era porque ele e Kevin ainda estavam brigados. As Raposas desconfiavam da amizade entre Andrew e Renee, mas havia mais de trezentos dólares no pote de um possível relacionamento em andamento.

Neil os distraia de Andrew e Renee.

Neil não nutria tais ilusões sobre as chances de Renee. Além disso, Renee fez um ótimo trabalho se distraindo. Ela desaparecia das conversas várias vezes para verificar o seu celular e enviar mensagens rápidas.

Aparentemente, Neil os pegou com um pouco de bom humor, porque eles planejavam rotas de fuga e paradas críticas para abastecer suprimentos em caso de uma invasão zumbi. Sobreviver em fuga era o forte de Neil e, embora fosse um cenário ridículo, era interessante ver suas prioridades em comparação às deles. Renee salientou a importância de coletar sobreviventes, que Andrew rebateu imediatamente.

– Você não voltaria por ninguém? – perguntou Renee.

Andrew mostrou a mão.

– Posso contá-los nos dedos.

– Eu acho que o treinador seria necessário em um confronto –, disse Renee quando eles passaram pelos bancos novamente. Wymack os encarou, ouvindo o seu nome, mas só precisou de um segundo para perceber que não estavam falando com ele. – Ele tem licença de armas, também.

– Ele vendeu a arma quando eu ficava invadindo seu apartamento –, disse Andrew.

– E a Abby?

– Que utilidade ela teria? – perguntou Andrew. – Não se pode enfaixar uma mordida de zumbi e ela não nos deixaria executar os infectados. Se bem que o treinador não a deixaria sair de perto dele. Então, deixe-o mantê-la segura o quanto puder.

Renee admitiu o ponto de vista com um aceno de cabeça, e a conversa mudou-se para ideias menos loucas. Isto ficou a parte Neil, no entanto, e ele ficou absorto no assunto seguinte. Ele se perguntou o que faria se uma invasão realmente acontecesse. Neil estava acostumado a cortar todos os laços e bater em retirada. Havia grades chances de que seria instintivo abandonar todos se os mortos-vivos tivessem aparência voraz. Não era exatamente uma concepção edificante, mas Neil poderia aceitar as duras verdades sobre si mesmo.

– Ah –, arfou Renee, verificando sua nova mensagem. – Com licença.

Ela se afastou deles e subiu as escadas, telefone já em seu ouvido. Andrew deslizou o olhar para Neil enquanto continuaram sem ela.

– Jean –, disse ele. – Se importa em explicar isso?

– Não sabia que Kevin passaria o número dela –, disse Neil, olhando por cima do ombro. Renee não foi longe, apenas subiu algumas fileiras onde poderia fazer a ligação em relativa privacidade. Andrew nada disse, então Neil deu de ombros. – Ele parecia interessado nela quando vimos os Corvos no banquete. Espero que ela possa enfraquecer sua lealdade cega. –Neil pensou sobre isso um momento a mais, então disse: – Talvez seja por isso que Matt parou de apostar em vocês dois?

Andrew não respondeu, e eles terminaram a volta em silêncio.

Como a terapia semanal de Andrew não era mais obrigatória, e as Raposas só tinham dois transportes, Andrew pulou sua sessão de quarta-feira à tarde com Dobson. Neil lembrou que ele não tinha falado com Andrew sobre sua apólice de seguro ainda e fez uma nota mental para puxar Andrew de lado em algum momento. Ele pensou que poderia esgueirar-se agora, mas a conversa de Renee nunca terminava enquanto eles passavam pelos bancos e Neil não conseguiria exatamente conter o nome de Renee ao falar. Sua chance não veio até que eles estavam de volta à Fox Tower.

– Andrew –, disse ele, assim que saíram do carro alugado. Nicky fez uma parada e enviou-lhe um olhar curioso. Kevin e Aaron não esperaram, porém seguiram os veteranos até o dormitório. Neil gesticulou com a cabeça para Nicky e, quando essa despedida sutil não funcionou, disse: – Nós estaremos de volta em um minuto. Fique de olho neles.

Nicky fez cara feia e se afastou. 

– Mais fácil falar do que fazer.

Neil assistiu até que o último das Raposas entrou, então examinou o estacionamento com um lento olhar. A universidade tinha feito um bom trabalho de colocar o lugar de volta à ordem; o único sinal de que algo ruim acontecera era que havia menos carros do que o normal. A presença de algumas caminhonetes e SUVs mostrava que alguns atletas já tinham começado a receber seus veículos, mas pelo menos metades dos carros não pareciam familiares.

 – Você já teve retorno da loja? – perguntou Neil, deslizando sua atenção de volta para Andrew. – Matt recebeu uma ligação esta manhã dizendo que sua caminhonete estaria pronta para ser retirada amanhã. Allison deve ter o seu no sábado de manhã. Eles conseguiram consertar o seu?

Andrew abriu seu celular, apertou alguns botões, e entregou-o. Neil esperou, iludido, até o correio de voz começou a soar no alto-falante. Uma voz mecânica anunciou a data de terça-feira, e uma mensagem em seguida. O dano era ainda mais extenso do que parecia; o lixo na parte de trás escondera o que a torcida dos Corvos fizeram nos acolchoados do banco traseiro, e nenhum deles tinha olhado no porta-malas antes do carro ser rebocado. A loja reparos queria que Andrew retornasse para falar sobre suas opções e discutir o que seria preciso para restaurar o carro a sua antiga glória.

Andrew levantou o porta-malas do carro alugado, sentou-se e tirou um maço de cigarros do bolso. Acendeu dois e trocou um por seu telefone que estava com Neil. Neil formou uma concha com as mãos em torno do seu, protegendo da brisa. Ele estudou a expressão de Andrew enquanto o mesmo distanciava seu celular e cigarros, porém Andrew não demonstrou qualquer sinal de estar incomodado com as más notícias.

 – Você vai ter que substituí-lo –, adivinhou Neil.  – Se o seguro não cobrir a substituição, pode cobrar a diferença de mim. Você sabe que eu tenho o suficiente para isso.

Andrew deslizou-lhe um olhar frio.

– Não estou interessado na sua caridade.

– Não é caridade –, replicou Neil. – É vingança. Nem é meu em primeiro lugar, lembra? Eu contei a você que o meu pai o roubou dos Moriyamas. Se você pegar um pouco para o seu carro, estará fazendo Riko substituir o que seus fãs destruíram.

– Apenas os fracos se motivam com a vingança –, disse Andrew.

– Se você acreditasse nisso não estaria planejando matar o Proust.

O nome do médico ainda tinha sabor ácido, queimando a língua e garganta de Neil, mas não foi suficiente para colocar qualquer indignação na tranquila expressão de Andrew. Andrew, por outro lado, o olhou em silêncio pelo que pareceu uma eternidade, depois, apoiou o cigarro entre os lábios e acenou para Neil se aproximar. Neil tinha certeza que Andrew lhe ameaçaria com uma faca, por citar Proust novamente, mas obedientemente preencheu o curto espaço entre eles. Andrew segurou a nuca de Neil com força o impedindo de recuar. Puxou a cabeça de Neil em sua direção e soprou fumaça em seu rosto.

– Não é vingança –, disse Andrew. – Eu o avisei do que faria caso ele me tocasse. Este sou eu mantendo minha palavra.

Ele esperou um momento para ter certeza de que Neil tinha entendido, então o soltou.  Ao levar o cigarro à boca novamente, Neil arrancou-o de sua mão. Neil quebrou entre os dedos e deixou cair no asfalto a seus pés. Andrew observou os pedaços se afastarem e deslizou um olhar impressionado a Neil.

 – Noventa e um por cento –, disse Andrew.

– Apenas pegue o dinheiro –, insistiu Neil. – Você comprou o último carro com a morte de alguém. Você pode comprar um novo com a vida de alguém... a minha vida. Aquele dinheiro compraria minha nova identidade quando eu fugisse daqui. Graças a você, não preciso mais dele.

 – Sua vida tem um preço que você já está pagando –, lembrou Andrew.  – Você não pode trocar a mesma coisa duas vezes.

– Você perdeu o direito de me chamar de difícil –, disse Neil. Andrew deu de ombros, então Neil disse: – Faça um novo acordo comigo.

Andrew inclinou a cabeça para um lado, considerando a ideia.

– O que você ganharia com isso?

– O que você me daria? – indagou Neil.

 – Não faça perguntas das quais você já sabe a resposta.

Neil franziu o cenho, perdido, mas Andrew não desperdiçou seu fôlego explicando. Ele levantou a mão entre eles e virou a palma para cima. Quando Neil apenas o fitou, Andrew acenou para a mão de Neil. Iludido, Neil imitou o gesto. Andrew pegou o cigarro de seus dedos sem resistência e enfiou-o entre os lábios. Tinha quase apagado sem fôlego para mantê-lo vivo, mas Andrew persuadiu a chama volta à vida com uma longa tragada.

– Isso era meu –, disse Neil.

– Nossa! –, disse Andrew, despreocupado.

Neil não se importou o suficiente para tomá-lo de volta, então observou Andrew fumar. Andrew segurou seu olhar sem dizer nada. Ele estava esperando, supôs Neil, que ele criasse uma oferta adequada. Neil não tinha ideia do que deveria pedir, mas ele sabia que havia centenas de maneiras de estragar o quer que seja.

O senso comum gritava para empurrar uma reconciliação com Aaron, mas se Andrew fosse “subornado” a essa trégua nenhum dos irmãos iria apreciá-la. Neil deveria pedir algo que fortaleceria as Raposas, como permissão para reiniciar os jantares em grupo e filmes que tiveram na ausência de Andrew. Ele hesitou, porque parecia ser um desperdício de chance. O Halloween fora surpreendentemente fácil de convencer Andrew. Não surpreendentemente, Neil lembrou-se, o que Kevin dissera no ano passado?  – Quando você sabe o que uma pessoa quer, é fácil manipulá-los –, disse ele. Neil só não sabia até hoje – o que – Andrew queria.

Neil esperava que correspondesse ao esperado. Sua mente foi do Halloween para o Eden's Twilight até o Sweetie's, e Neil finalmente descobriu.

– Quero que pare de usar pó de anjo.

– E ainda diz não ser o justiceiro –, Andrew ponderou, mais para si do que para Neil.

 – Se fosse justiça, eu pediria para você deixar de beber e fumar também –, disse Neil. – Só estou pedindo uma coisa. E de qualquer maneira, o pó nem faz efeito em você. É um risco desnecessário. Você não precisa de um terceiro vício.

– Não preciso de nada –, Andrew o lembrou, bem na hora.

 – Se não precisa, então vai ser fácil largar –, disse Neil.  – Não é verdade?

Andrew pensou mais de um minuto, e depois jogou o cigarro em Neil. O cigarro chamuscou o tecido onde atingiu em sua camisa. Neil o esmagou debaixo do sapato assim que atingiu o asfalto. O olhar frio que lançou a Andrew passou despercebido; O olhar de Andrew já havia desviado por ele em busca de algo mais interessante.

– Vou deduzir sua birra como um Sim –, disse Neil. – Levarei o dinheiro ao seu quarto esta noite.

– Você vai é? – Andrew deslizou seu olhar de volta para o rosto de Neil. – Em vez de “Eu posso”? Aaron não te quer no quarto, segundo Nicky. É algo sobre você se intrometer no que não é da sua conta? – Ele balançou a mão em um tipo de gesto indefinido. – Essa marca estúpida de celular deixou a mensagem um pouco turva. Talvez você explique na minha presença o motivo de repentinamente estar tão interessado na vida do meu irmão.

– Não estou –, esclareceu Neil.

 – Sem enganação –, acrescentou Andrew.

– Não estou –, disse Neil novamente. – Eu não suporto ele, mas estamos sem tempo. Eu lhe disse, ano passado, que não chegaríamos às finais se tivéssemos um caos interno. Vocês dois estão nos atrasando. Tive que começar com um de vocês. Já que todos apostam no Aaron e Katelyn, pensei que ele faria algo por ela.

 – Não seria uma mudança interessante –, disse Andrew.  – Veja com clareza: um desperdício de energia e esforço. Ele pode tentar, mas não vai ganhar.

– Você tem que deixá-lo livre.

– Ah –, bufou Andrew, como se isso fosse novidade para ele.  – Eu?

– Você vai perdê-lo para sempre se não deixá-lo –, disse Neil. – Ele vai continuar colocando Katelyn de lado, mas ele vai se ressentir por isso. Ele contará os dias até a formatura e quando chegar, você nunca mais o verá na sua vida. Você não é estúpido. Eu sei que você pode ver isso. Deixe-o livre agora se você quiser vê-lo um dia.

– Quem pediu a sua opinião?

– Nem precisa. Estou voluntariamente oferecendo minha opinião.

– Não –, Andrew o aconselhou.  – Crianças devem ser vistas e não ouvidas.

– Não me ignora quando minto para você, então me ignora quando digo a verdade.

– Isso não é verdade –, disse Andrew.  – A verdade é irrefutável e imaculada de preconceitos. Nascer do sol, Abram e morte: Estas são verdades. Você não pode julgar um problema com sua percepção obsessiva e chamá-la de verdade. Você não está enganando ninguém.

 – Se você pedir metade da verdade, você só terá metade da verdade –, replicou Neil.  – É culpa sua se não gostas das respostas que eu lhe dou, não a minha. Mas já que estamos conversados sobre obsessão e a vida de Aaron, o que você vai fazer durante julgamento dele? Ela vai estar aqui para acompanhar, não é? Cass, quero dizer –, soltou Neil, embora tivesse certeza de que Andrew sabia de quem ele estava se referindo. – Você vai ter que enfrentá-la.

 – Visto e não ouvido –, Andrew lembrou-lhe.

Ele parecia entedio, mas Neil conhecia tal alerta assim que o ouviu. Neil deixou passar e adentrou o dormitório.


Ativador Formulário de Contato