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Resenha: Tithe - Contos de Fadas Modernos (Holly Black)

Empolgante, mas já vi essa formula narrativa antes Holly Black ;)
Tithe - Contos de Fadas Modernos #1
Holly Black
Galera

Sinopse: Kaye é uma menina de 16 anos que leva uma vida bastante atípica. Junto com sua mãe e vive de cidade em cidade enquanto a mãe busca a fama com sua banda de rock. Tanto Kaye quanto Ellen fumam e bebem demais e estão sempre envolvidas com os homens errados. Após ser estranhamente espancada pelo namorado, Ellen e a filha voltam para Nova Jersey, para morar durante algum tempo com a avó da menina. Lá, no lugar onde passou sua infância, Kaye reencontra velhos amigos, tanto seres humanos quanto mitológicos: fadas que a visitavam regularmente e que, depois que ela se tornou adolescente, nunca mais a procuraram, fazendo com que Kaye acabasse por considerar a existência de tais seres como um simples fruto de sua imaginação.

Já na primeira noite em Nova Jersey coisas estranhas começam a acontecer. Um cavalo de madeira parece tomar vida e, em meio a uma tempestade, ela encontra um cavaleiro do reino das fadas ferido nas margens de um córrego. Kaye acaba salvando a vida dele e se apaixonando. Nessa mesma noite, seus velhos amigos encantados a procuram, se mostrando mais reais e assustadores do que nunca. Eles lhe revelam que Roiben, o cavaleiro que ela salvara algumas horas antes, é na verdade uma criatura perigosa, responsável pela morte de um de seus antigos amigos mágicos e que viera buscá-la para ser oferecida como sacrifício na Tithe, um ritual onde uma jovem e inocente mortal é sacrificada para aplacar o desejo das rainhas fadas. Entretanto, a notícia mais estranha que revelam a Kaye é que, na verdade, ela também é uma fada e que, graças a um encanto, ela consegue assumir a forma humana. Assim, Kaye deve utilizar-se desse trunfo para escapar da Tithe, tarefa que, infelizmente, terá que realizar sem a ajuda deles.

A partir daí, Kaye empenha-se numa luta frenética pela harmonia do reino das fadas e por sua própria vida. Contando apenas com Corny, um velho amigo mortal, ela é obrigada a observar as alterações de seu corpo, que, aos poucos, vai se transformando no de uma fada, aprender a dominar seus novos poderes e ajudar Roiben, que está sobre a maldição de uma das rainhas das fadas, monarca da mais sanguinolenta horda de seres mitológicos. Logo, Kaye e Roiben se tornarão as figuras centrais de uma antiga e mortal guerra entre reinos encantados.

Foi muito mais fácil e confortável prosseguir essa leitura uma vez que eu já li os três volumes da trilogia O Povo do Ar, onde Holly Black acabou se tornando minha autora favorita. Foi inevitável não comparar a formula narrativa que a autora segue, que eu percebi logo após ler The wicked King.

Tithe, ou tributo, é o romance que dá início ao universo feérico. Dentro da linha do tempo Faerie, esse livro se passa há alguns anos antes de O Príncipe Cruel, considerando o conto The Lament Of Lutie-Loo, no momento em que esse livro se passa o Príncipe Cardan ainda é adolescente. Não, Cardan não aparece nesse livro e nem é mencionado, mas as consequências vão ser vistas em O Príncipe Cruel.


Resumo

Kaye tem uma vida bem atípica, não vai à escola, vive em bares e clubes noturnos, tudo graças a sua mãe que faz parte de uma banda de Rock. Após sua mãe ser quase assassinada, as duas vão morar com a avó de Kay em Nova Jersey. De volta a casa onde viveu quando criança, Kaye espera reencontrar alguns de seus amiguinhos, supostamente imaginários, de infância. As coisas que já não andavam boas ficam mais complicadas para Kaye quando ela encontra o cavaleiro feérico Roiben, logo depois seus antigos amiguinhos reaparecem e contam que Kaye é uma fada igual a eles. O restante é uma grande trama frenética para usar Kaye como peça de um plano, mas a grande questão é: Kay já não fazia parte desse plano?



Opinião

Eu já me acostumei com a forma que a Holly desenvolve suas histórias. Você percebe que o livro tem dois atos, o primeiro bem mais

lento e com um ponto de virada para uma segunda parte cheia de reviravoltas, tramas política, mistérios e um quebra-cabeça de informações que precisa ser montado. Algo que gostei bastante e que eu não esperava, foi a mudança de ponto de vista para outros personagens. Agora eu entendo o motivo dos gringos reclamarem do Cardan não ter tido um ponto de vistas também.

Na lentidão do começo a autora vai dar espaço para conhecermos a protagonista e como ela se relaciona com as pessoas, principalmente a relação disfuncional da família. Também é nesse espaço que Kaye vai descobrindo seus poderes que estão começando a florescer. Tudo que ela descobre é novo, então não tem muito o que esperar dela em relação ao mundo feérico para nós leitores.

Já ter lido a trilogia do Povo do Ar me fez ler Tithe marcando as informações, então eu descobri o grande plot antes mesmo da protagonista descobrir toda a intriga política que estava acontecendo bem debaixo do nariz dela. Assim que os amigos feéricos da Kaye abriram a boca eu meio que saquei parte do plot, é uma informação ligada ao mistério de como Kaye, sendo uma fada, foi parar em uma família humana.

Um dia, existiram duas cortes, a iluminada e a escura, a Seelie e a Unseelie, o povo do ar e o povo da terra. Elas brigavam como uma serpente que devora a própria cauda, mas nós nos mantivemos longe de suas disputas, nos escondendo em bosques e regatos subterrâneos, e então eles nos esqueceram.

O livro passa bem a situação política do reino das fadas, que é dividido entre duas rainhas e suas cortes, Rainha da Corte Seelie e Rainha da Corte Unseelie. Foi bem espertinha a metáfora da Rainha Unseelie ter um tabuleiro de xadrez em tamanho humano. Para quem não sabe o xadrez é um duelo entre duas rainhas que usam suas cortes para dominar a outra...

O livro tem um pouco de romance, que de todo modo não me incomodou mesmo eu não gostando muito de romances. Não posso dizer que Tithe foi uma surpresa porque eu já tinha grandes expectativa, e esse livro soube suprir isso.

Ressalvas

Minhas ressalvas ficam por conta da tradução. Muita coisa traduzida da forma literal, as cortes tem um nome diferente das que eu já conhecia em O povo do Ar (Carai eu sou muito chato). Pretendo reler em inglês para confirmar algumas coisas que não ficaram claras por causa da tradução. O trabalho da Rocco nesse livro é bem porquinho, se bem que a Rocco é a editora que todo mundo menos gosta...

Estou ansioso com a continuação, para saber como vai ser resolvida toda essa questão política, se vai ter alguém para desafiar o trono da corte e como vão ficar as fadas independentes/selvagens que estão espalhadas por ai...

(Obs: É impossível não comparar o ritual do Tributo com a coroação do Príncipe Dain, foi meio que uma reciclagem atualizada e que contradiz um ponto que a Holly da como desculpa em The Queen of Nothing)

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